Adilson Carvalho

Adam Sandler é há muito tempo um dos astros mais lucrativos de Hollywood, mas seu trabalho em Jay Kelly, de Noah Baumbach, pode finalmente colocá-lo onde críticos e cinéfilos há muito tempo o desejavam: na corrida pelo Oscar. A estreia nos EUA no Festival de Cinema de Telluride marcou um momento decisivo na carreira de Sandler, que recebeu aplausos de 10 minutos no festival de Veneza. O ator se juntou a Laura Dern, que ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por História de um Casamento (2018), de Baumbach, elogiou sua colaboradora de longa data, enquanto Sandler refletiu sobre a capacidade de Baumbach de “escrever as palavras mais bonitas“. Apesar de seu domínio nas bilheterias, Sandler raramente foi considerado um candidato sério ao Oscar. Ao longo dos anos, a crítica elogiou seu trabalho em filmes como Embriagado de Amor (Punch Drunk Love, 2002), de Paul Thomas Anderson, o frenético Joias Brutas (Uncut Gems, 2019), dos irmãos Safdie, e o drama sobre basquete Arremessando Alto (Hustle, 2022) de Jeremiah Zagar, que lhe rendeu uma indicação ao SAG. No entanto, a indicação ao Oscar permaneceu indefinida. Em Jay Kelly, Sandler interpreta Ron, o dedicado empresário da estrela de cinema fictícia Jay Kelly (George Clooney). Esse é o tipo de personagem que pode causar forte impacto nos eleitores — um homem que se sacrifica pela arte e pelo legado de outra pessoa, refletindo os agentes e empresários desconhecidos que fazem Hollywood funcionar. Alguns podem ver semelhanças com vários papéis em filmes de James L. Brooks, como Jack Nicholson em Laços de Ternura (Terms of Endearment, 1983), e isso poderia prepará-lo para uma campanha que imitaria a triunfante campanha de Robert Downey Jr. como ator coadjuvante por Oppenheimer (2023), em que a Academia finalmente recompensou um veterano respeitado por uma atuação que definiu sua carreira. Tudo isso dependerá do desempenho geral de Jay Kelly com a Academia. O filme ainda não tem data de estreia no Brasil.