Adilson Carvalho

A última vez que Amanda Seyfried esteve no Festival de Cinema de Veneza para estrear um filme foi em 2017, em Fé Corrompida (First Reformed), interpretando uma paroquiana na Nova York moderna. Em sua última viagem ao Lido, ela voltou quase 300 anos no tempo, mas foi alçada ao status de líder religiosa completa. Em seu novo filme The Testament of Ann Lee (ainda sem título em português) que estreia na competição nesta segunda-feira, ela interpreta o papel título, a fundadora da seita cristã Shakers no século XVIII. Nascida em Manchester, Inglaterra, Lee emigrou em 1776 com um pequeno grupo de seguidores para os EUA, onde, apesar de passar por inúmeros traumas pessoais, ajudou a estabelecer uma sociedade utópica conhecida por sua igualdade sexual, design utilitário, canto frenético e celibato (este último garantindo que o número de Shakers acabasse diminuindo — atualmente, restam apenas três). Da diretora Mona Fastvold — que coescreveu O Brutalista (The Brutalist, 2024), queridinho dos prêmios de Veneza do ano passado, com seu parceiro Brady Corbet – também co roteirista deste – o filme mostra Seyfried cantando na tela pela primeira vez desde Mamma Mia 2 (2019). Mas a atriz não tem certeza se isso pode ser categorizado como canto. Ela admite que as notas não saíram facilmente, com os às vezes “sons animalescos” que ela foi forçada a fazer tendo sido gerados pela “dor e desespero” de Lee, e não por algo bonito. Para atingir o ponto vocal certo, ela afirma que teve que “liberar minhas merdas“, nas palavras da própria. Ainda não há data de lançamento do filme no Brasil.