Adilson Carvalho

Após o triunfo de Tubarão (1975), nunca houve um momento em que se pudesse dizer que Steven Spielberg precisaria de um sucesso, mas em 1992, após uma série de decepções comerciais e de crítica em Império do Sol (1988), Além da Eternidade (1989) e Hook – A Volta do Capitão Gancho (1992), seu futuro como cineasta parecia um pouco nebuloso. Seus dois últimos sucessos comerciais nessa época haviam sido Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) e Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) e, embora ambos tenham sido o trabalho de um diretor energizado, ele claramente tinha ambições mais elevadas. E quando os críticos não perceberam que ele havia feito uma obra-prima com Império do Sol (1988), ele teve motivos para se perguntar se eles iriam irracionalmente usar sua onda de sucesso sem precedentes contra ele para sempre. Provavelmente, não havia nenhuma chance de que Spielberg erraria em A Lista de Schindler (1994), mas ele teve uma opção intrigante durante o desenvolvimento do filme que teria dado ao filme uma vibração muito diferente. De fato, o astro do cinema do momento, Warren Beatty (Bonnie & Clyde: Uma Rajada de Balas), esteve brevemente na disputa para interpretar Oskar Schindler, papel que coube a Liam Neeson.. Em uma entrevista com Susan Royal para a Inside Film Magazine, Spielberg foi questionado sobre o interesse inicial de Beatty em interpretar Oskar Schindler. Embora Beatty tenha interpretado o personagem homônimo em uma leitura de mesa, Spielberg acabou optando por Liam Neeson. Obviamente, a ideia de Spielberg dirigir Beatty teria sido um espetáculo de Hollywood por si só, o que provavelmente é um dos principais motivos pelos quais Spielberg optou por Neeson. Há também a notória propensão de Beatty a se intrometer nos bastidores; Spielberg é um cineasta particular e provavelmente não teria tolerado os jogos de poder de Beatty.