MEMORIAS DE CINÉFILO | CINE BELAS ARTES

André Azenha

m 7 de abril de 2001, estreava no SBT o Cine Belas Artes, uma das sessões de filmes mais lembradas da emissora. A abertura foi com o inédito A Letra Escarlate (1995). A proposta inicial era clara: aproveitar títulos menos populares dos pacotes de filmes do canal e criar uma faixa alternativa, com apelo “cult” e clássico, trazendo obras que dificilmente teriam espaço no horário nobre. Nos primeiros anos, a sessão exibiu produções de prestígio da crítica, dramas históricos, adaptações literárias e sucessos do cinema europeu. Ali o público podia encontrar filmes como Evita (1996), Perfume de Mulher (1992), Bonnie & Clyde (1967), A Lista de Schindler (1993), O Paciente Inglês (1996), Gia – Fama e Destruição (1998), entre outros. Era um respiro cinéfilo dentro da TV aberta. Com o tempo, especialmente a partir de 2006, a proposta original foi se diluindo. O Cine Belas Artes passou a mesclar produções de prestígio com filmes mais comerciais e blockbusters de Hollywood, deixando de lado a curadoria alternativa que marcara sua estreia. Ainda assim, permaneceu como um dos últimos espaços regulares da TV aberta brasileira dedicados à exibição de longas-metragens fora do circuito mais previsível. Inicialmente exibido por volta das 23h ou meia-noite, o programa foi empurrado cada vez mais para a madrugada. Em 25 de maio de 2017, foi definitivamente retirado da programação, substituído por maratonas da série Arqueiro (Arrow), rebatizadas pela emissora como “Filmes do Arqueiro”. Durante seus 16 anos no ar, o Cine Belas Artes construiu uma marca de memória afetiva. Para muitos jovens e cinéfilos em formação, foi o primeiro contato com títulos clássicos, cults e dramas premiados, ajudando a criar uma ponte entre a TV aberta e um cinema menos óbvio.

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