HQ TERRITÓRIO NEUTRO | X-MEN – SEGUNDA GENESIS

Adilson Carvalho

Não há dúvida que os mutantes do Professor Charles Xavier estão entre os heróis mais queridos da Marvel, mas o conceito de mutação sempre foi maior que as fronteiras americanas. Percebendo isso, o escritor Chris Claremont, junto com o saudoso Len Wein, expandiu o fator X e recriou a título Uncanny X Men com o lançamento que se tornaria o marco inicial da Era de Bronze dos quadrinhos, a edição especial Giant Size X Men. Era maio de 1975 (data da capa) e os X-Men vinham sendo publicados sem histórias inéditas por um período. A chegada de Clarmont e Wein, reforçados pelo traço dramático do igualmente saudoso Dave Cockrum, lançou as sementes que germinariam em décadas de aventuras ousadas, metáforas dos conflitos humanos, alerta das questões existenciais e genéticas que são discutidas desde então.

A história começa com um Ciclope ferido chegando à mansão Xavier depois que sua equipe é feita prisioneira na ilha de Krakoa. Para resgata-los Xavier reúne uma nova equipe internacionalizada, o amerindio John Proudstar / Pássaro Trovejante, o russo Piotr Rasputin / Colossus, o irlandês Sean Cassidy / Banshee, o alemão Kurt Wagner / Noturno, o japonês Yoshida Shiro / Solaris, a queniana Ororo Munroe / Tempestade e o canadense Logan / Wolverine. Alguns desses personagens já haviam aparecido antes nas hqs Marvel como Banshee, que foi o antagonista da equipe em X Men # 28 (Janeiro de 1967), Solaris em X Men #64 (janeiro de 1970) e Wolverine, que foi o adversário do Golias Verde em O Incrível Hulk #181 (Outubro de 1974), e que não demorou a se tornar o herói mutante mais popular. A dinâmica da equipe não impactava apenas pelas nacionalidades distintas, mas principalmente pelas personalidades conflitantes dos novos integrantes. A equipe logo descobre que Krakoa não é apenas uma ilha, mas também um mutante gigante. Cronologicamente, a história se passa entre X-Men #66 (março de 1970) e X-Men #93 (abril de 1975). Nesse hiato a Marvel havia parado de produzir histórias novas para os X Men, republicando o material já editado. Isso mudou com o sucesso de Giant Size X-Men, após o qual a equipe mutante iniciou um novo ciclo de histórias, uma fase de grande impacto entre os fãs. A edição termina questionando o futuro da equipe , agora contabilizando um total de 13 membros. A resposta veio em X-Men #94 (agosto de 1975) quando os X Men originais deixam a equipe, com exceção de Cyclope, que permanece como líder do novo grupo. Len Wein e Chris Claremont mostram logo que vieram para impactar os fãs quando inesperadamente Pássaro Trovejante morre ao final da primeira missão dos novos X-Men, conforme mostrado em X Men #95 (setembro de 1975). Com a saída prematura de Len Wein, Claremont assume os roteiros sozinhos e começa sua longeva fase de 16 anos que incluiria histórias icônicas como a Saga da Fênix, Dias de um Futuro Esquecido, A Saga da Ninhada, Massacre Mutante e muito mais.

Chris Claremont

No Brasil, Giant Size X Men foi publicada pela primeira vez em Superaventuras Marvel #16 (outubro de 1983), mas os novos X-Men já haviam sido apresentados ao público brasileiro pela RGE que publicou as aventuras dos novos X-Men no título Almanaque Marvel, mas apenas algumas histórias de Roy Thomas e Neal Adams, pulando para X-Men #94 logo em seguida. A história veio a ser republicada anos depois pela própria editora Abril, seguido da Panini e da Salvat. Algumas ret-cons acrescentaram depois novos elementos ao batismo de fogo da equipe mutante e esse ano, em que completamos 50 anos dessa segunda gênese mutante, a Marvel já anunciou edições especiais. Sem dúvida, a data é um evento marcante para os leitores de hqs até hoje.

Deixe um comentário