Adilson Carvalho

A Netflix está bem fraca de estreias neste final de semana relançando filmes já vistos em outras plataformas como Infiltrado na Klan (18/09), de Spike Lee, o terror Doutor Sono (19/09) de Mike Flannagan, o excelente Corra (19/09) de Jordan Peele, e o impactante Tropa de Elite (21/09) de José Padilha. A Prime também está bem morna destacando apenas Madame Teia (19/09), um dos últimos produzidos pela Sony com os personagens conectados ao Homem Aranha. De novidade o melhor é voltar a ser criança novamente e entrar no universo DC Comics com a estreia afinal do bem sucedido Superman de James Gunn.

Superman (HBOMAX). Depois de vários filmes aos troncos e barrancos, finalmente a DC Comics tem a revitalização de seu rico universo de super heróis pelas mãos de James Gunn. Este, depois de fazer de personagens secundários como os Guardiões da Galáxia, tornando-os um dos maiores sucessos do Marvel Estúdios, Gunn escreve e dirige o renascer do primeiro super herói das hqs (nas páginas de Action Comics #1 há 87 anos) naquilo que ele mais simboliza, a esperança na humanidade, quando esta não crê em si mesma. O Superman de Gunn é o imigrante (metáfora política bem em sintonia dos tempos atuais) que vem nos salvar de nós mesmos. Gunn não perde tempo com a muito bem conhecida origem do personagem e nos joga direto em uma realidade em que seres super poderosos existem entre nós. O Superman de David Corenswet incorpora todo o altruísmo que sempre foi a marca registrada do personagem e o ator convence, veste a capa vermelha com dignidade fazendo juz ao legado de Christopher Reeve, homenageado no filme pela presença de Will Reeve, filho do ator, como um repórter. Na história, o vilão Lex Luthor (um excelente Nicholas Hoult) manipula a opinião pública para que o Superman seja mal visto depois que o herói interfere na guerra de duas nações que estão se aniquilando (precisa dizer alguma coisa?) e o misterioso vilão Ultraman (SEM SPOILERS) cuja identidade é desconhecida coloca o herói no centro de uma trama puramente de quadrinhos da era de prata, lembrando a hq Superman All Star de Grant Morrison. A Gang da Justiça traz coadjuvantes de luxo que Gunn sabe como explorar em uma dinâmica de grupo, mas dispersa um pouco o foco. Atentem para a presença de Bradley Cooper como Jor El, e participações especiais de Pom Klementieff e Michael Rooker com quem James Gunn trabalhou em Guardiões da Galáxia. Em resumo, o filme da DC que precisávamos, o filme de quadrinhos de que precisávamos para acreditar que o homem pode voar.