BAT SEMANA 2025| TODAS AS VERSÕES LIVE ACTION DE BATMAN

Adilson Carvalho e Paulo Telles (direto da Bat-Caverna!)

A relação de Batman com o cinema remonta aos primórdios da sétima arte. A ideia de um herói baseado na figura assustadora de um quiróptero (morcego) partiu do desenhista Bob Kane (1915-1998) que tirou-a (reza a lenda!)  do filme The Bat Whispers, um thriller de 1930 sobre um mestre do crime que aterroriza os ocupantes de uma mansão. Na semana que culminará no Batman Day vamos conferir um a um todos os atores que vestiram a capa e o capuz do herói criado por Bob Kane, Bill Finger & Jerry Robinson.

Lewis Wison (Batman) e Douglas Croft (Robin)

#1. Lewis Wilson (1943). A primeira adaptação de Batman para as telas foi um seriado em 15 capítulos, produzido pela Columbia em 1943, batizado no Brasil de O Morcego (The Batman). Na história, Batman (Lewis Wilson,1920-2000) e Robin (Douglas Croft, 1926-1963) enfrentam o maligno Dr.Daka (o sensacional J. Carrol Naish, 1896-1973), um espião japonês que transforma as pessoas em escravos de Hitler. Tudo bem ao sabor da época em que os heróis da ficção eram jogados contra o mal representado pelas forças do eixo.

#2. Robert Lowery (1944). Apesar das críticas ao primeiro seriado, o personagem ganhou um segundo seriado em 1949, também dividido em 15 capítulos, entitulado A Volta do Homem-Morcego (Batman and Robin) onde a dupla dinâmica aparece personificada respectivamente  por Robert Lowery (1913-1971) e Johnny Duncan (1923-2016). O inimigo desta vez  é o terrível vilão mago que rouba diamantes para produzir um poderoso combustível.

Robert Lowery (Batman) & Johnny Duncan (Robin)

#3. Adam West (1966 / 1968). O herói, no entanto, ficaria marcado na memória afetiva de muita gente, inclusive destes dois escribas, graças ao seriado de TV “Batman” produzido “em cores” por William Dozier (1908-1991) em 1966 para a ABC, detonando a primeira Batmania e chegando a aparecer na capa da revista “Life” em Janeiro do referido ano. O tom de aventura, no entanto, era diluído pelo mais puro deboche e nonsense com Bruce Wayne ganhando a forma do barrigudinho Adam West (1928-2017), acompanhado do seu pupilo Dick Grayson (Burt Ward) o impagável menino prodígio e suas santas exclamações. Muitos se equivocam ao julgar o seriado de TV. De fato, ele distorce a persona amargurada e as habilidades investigativas do herói. Mas, é o produto de uma época e assim deve ser analisado. O maior destaque ficava, no entanto, para a marcante galeria de vilões personificada por grandes artistas da época : Cesar Romero (galã de diversos filmes Hollywoodianos nos anos 40 e 50) como o Coringa, Burguess Meredith (ator de currículo prolífico nas telas) como o Pinguim, Otto Preminger (diretor de cinema) como Mr. Freeze, Liberace (o grande pianista) como Chandell, e entre tantos outros dignos de menção, Julie Newmar, a primeira Mulher-Gato, cuja sensualidade mexia com os alicerces do herói mascarado e com a garotada que assistia ao seriado.

Adam West e Burt Ward no clássico seriado pela TV dos anos de 1966 a 1968

O sucesso na TV levou para o cinema o filme Batman, o Homem Morcego, de Leslie H. Martinson (1915-2016) no final de 1966. O seriado televisivo ainda resgatou a personagem da Tia Harriet (Madge Blake, 1899-1969), que nas hqs era originalmente tia de Dick Grayson (Detective Comics #328) e o fiel mordomo Alfred (Alan Napier, 1903-1988) que na época de produção da série não aparecia nos gibis porque havia morrido nas HQs. Na terceira temporada, a audiência já declinava quando Dozier introduziu Yvonne Craig (ex bailarina que atuou também ao lado de Elvis Presley e falecida em 2015) como Barbara Gordon, a Batgirl , que era filha do Comissário (o veterano Neil Hamilton, 1899-1984) e auxiliava os heróis na luta contra o crime. O clima das HQs é reforçado pelas onomatopeias coloridas que invadem a tela nas cenas de briga e a contagiante música tema de Neal Hefti (que trabalhou como arranjador de Frank Sinatra). Depois de 120 episódios que reproduziam o clima dos antigos seriados com as dramáticas chamadas que serviam de gancho entre um episódio e outro : “Conseguirão nossos heróis escapar da terrível armadilha? Não percam a continuação, mesma bat-hora, mesmo bat-canal!

#4. Michael Keaton (1989/1992). Tim Burton assumiu a direção do primeiro filme do Batman em 1986. Keaton foi uma escolha controversa para o papel na época, já que ele era conhecido como ator cômico e muitos observadores duvidavam que ele pudesse interpretar um papel sério. Jack Nicholson chamou mais atenção no papel do Coringa com um salário que teria chegado a US$ 50 milhões. As filmagens principais ocorreram nos Pinewood Studios, de outubro de 1988 a janeiro de 1989. O filme recebeu críticas positivas, quebrou vários recordes de bilheteria e ganhou o Oscar de Melhor Direção de Arte. O filme arrecadou mais de US$ 400 milhões e deixou um legado na percepção moderna do gênero de filmes de super-heróis. Em 1992 Burton e Keaton voltaram com Batman – O Retorno em uma história movimentada contra o Pinguim (Danny DeVito) e a Mulher Gato (Michelle Pfeiffer). Apesar de ter ficado pouco abaixo da bilheteria do primeiro filme, o sucesso foi garantido. Em 2022 Keaton voltou brevemente como Batman novamente em The Flash, sendo aclamado mais uma vez pelos fãs como um dos melhores intérpretes do herói.

#5. Val Kilmer (1995). Joel Schumacher substituiu Tim Burton como diretor, atendendo às exigências da Warner que visava maior bilheteria. No entanto, Michael Keaton não gostou da nova direção que a série de filmes estava tomando e foi substituído por Val Kilmer , com Chris O’Donnell sendo apresentado como Robin, Jim Carrey roubando a cena como O Charada, e Tommy Lee Jones desperdiçado como Duas-Caras. Schumacher achou difícil trabalhar com Kilmer e Jones, mas ainda assim o filme acabou arrecadando mais de US$ 350 milhões em todo o mundo e três indicações ao Oscar. O desempenho de Kilmer não agradou muito e Schumacher tratou de reescalar o papel para a sequência.

#6. George Clooney (1998). A Warner exigiu um intervalo de lançamento curto entre o filme anterior e Batman & Robin (1997). Val Kilmer não retornou, preferindo fazer O Santo (The Saint) e foi substituído por George Clooney, na época extremamente popular por seu papel na série de TV E.R – Plantão Médico. O filme reuniu Arnold Schwarzenegger como Sr. Gelo, enquanto Uma Thurman fez Hera Venenosa, Alicia Silverstone fez Batgirl e Robert Swenson ficou com o papel de Bane. Chris O’Donnell reprisou seu papel como Robin. O filme recebeu críticas extremamente negativas por sua abordagem infantil e exagerada, tornando-se o filme com menor sucesso comercial, tendo recebido inúmeras indicações para o Framboesa de Ouro, e está entre os filmes de super-heróis com pior classificação de todos os tempos.

#7. Christian Bale (2005/2012). A Warner mergulhou na HQ Batman Ano Um, de Frank Miller para reiniciar o Homem Morcego nas telas no filme Batman Begins (2005), de Christopher Nolan, fazendo Christian Bale o melhor intérprete de Batman explorando todas as nuances psicológicas do herói com e sem máscara, tornando Bruce Wayne mais crível e real. O resultado foi a trilogia formada por Batman: Cavaleiro das Trevas (2008) e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012). Com uma receita bruta coletiva de mais de US$ 2,4 bilhões nas bilheterias mundiais, a trilogia foi classificada entre as melhores já produzidas.

#8. Ben Affleck (2016/2023). A escolha de Affleck como Batman dividiu opiniões em Batman X Superman: A Origem da Justiça (2016), segundo filme a integrar o Snyderverso. O diretor achou que escalar um Batman relativamente mais velho que o Superman de Henry Cavill seria uma contraposição funcional em sua interpretação do Universo DC. O ator voltou em Liga da Justiça (2021), na versão estendida deste lançada em 2021, e uma última vez no filme The Flash (2023), encerrando assim sua interpretação do herói.

#9. Robert Pattinson (2023), Apesar de inicialmente ter planos de inserir sua visão de Batman no Universo DC oficial, Matt Reeves preferiu focar uma versão mais jovem de Bruce Wayne, em The Batman (2023), interpretado por Robert Pattinson, da saga Crepúsculo. O filme acabou sendo uma curiosa polêmica por correr em paralelo ao reboot da DC comandado por James Gunn e Peter Safran. Um segundo filme está sendo produzido para 2027, embora Gunn tenha anunciado planos para um outro filme do herói integrando o Universo oficial da DC no cinema, e com um outro intérprete.

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