STEPHEN KING MESTRE DO TERROR | CHRISTINE O CARRO ASSASSINO

Começando ciclo de matérias com os filmes e livros do escritor

Por Adilson Carvalho

Stephen King é extremamente inventivo em suas tramas, cada ideia sendo mais bizarra que a outra como a de um carro possuído por uma entidade maligna, cruzamento entre O Exorcista e Velozes & Ferozes. Se as palavras carregavam o estilo inusitado que fez de King o rei do horror literário, as imagens tinham a marca de John Carpenter, diretor do clássico Halloween (1978). King disse que teve a inspiração para a história em uma noite, enquanto dirigia, quando viu os números no odômetro de seu carro passarem de 9999,9 para 10.000, o que o levou a pensar na ideia de um odômetro que andasse para trás, tornando o carro “mais jovem” em vez de mais velho. Stephen King escolheu um Plymouth Fury de 58 para Christine porque era um “carro esquecido”. “Eu não queria um carro que já tivesse uma lenda associada a ele, como o Thunderbird dos anos 50.”, disse o autor na época.

Na história, Arnie Cunningham (Keith Gordon) adora Christine, um carro modelo 1958 Plymouth Fury que não está em seu melhor estado. Decidido a restaurá-la a qualquer custo, Arnie dedica todo seu tempo para ela, o que faz com que se afaste dos amigos e da própria realidade. Leigh (Alexandra Paul), sua namorada, e Dennis (John Stockwell), seu melhor amigo, procuram o antigo dono de Christine e descobrem que o mesmo aconteceu com ele, antes de vender o carro. É quando eles chegam à conclusão que o único meio de resgatar Arnie é destruindo Christine. A popularidade de Stephen King era tão alta na época que o filme entrou em produção, antes mesmo do livro ser publicado. O roteirista Bill Phillips achou que era uma piada quando lhe pediram para adaptar um livro sobre um carro assassino. No meio da leitura do romance de Stephen King, Phillips percebeu que era realmente bom e assinou o contrato.

No romance, há uma cena em que os personagens Dennis e Roseanne estão no cinema assistindo a Grease: Nos Tempos da Brilhantina (1978). Dennis (John Stockwell) não gosta do filme, mas Roseanne o adora. No filme, Roseanne é interpretada por Kelly Preston, esposa do astro de Grease – Nos Tempos da Brilhantina (1976), John Travolta. Outra mudança do livro para o filme é que no romance de Stephen King, Leigh era loira, assim como Rosie (a garota original de Dennis), mas era ainda mais atraente. A escola de ensino médio em que todos estudavam ficava em Pittsburgh, e Leigh Cabot havia se transferido da Nova Escócia, o que implica, mas nunca afirma, que ela pode ser descendente do explorador europeu/canadense John Cabot. Na versão de John Carpenter, Leigh é morena e o estado é a Califórnia. Desde 2021 fala-se em um remake de Christine, o que está atualmente nos planos da Blumhouse.

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