Por Adilson Carvalho

Há poucos dias o diretor e roteirista Gary Dauberman revelou que editou um total de 3 horas de filmagem para a montagem final de A Hora do Vampiro (Salem’s Lot), aguardada adaptação de Stephen King, que planejado para o cinema mas acabou indo direto para a MAX. Talvez fosse melhor melhor ter lançado o filme como originalmente pensado pois o filme que chegou ao streaming feio um prato morno de sangue servido para os fãs da literatura fantástica de King. A história conta a história de um escritor Ben Mears (Lewis Pullman) que retorna a cidade de Jerusalem’s Lot (reduzida para Salem’s Lot, servindo de título para o livro) no Maine, onde ele viveu dos 5 anos aos 9 anos de idade, somente para descobrir que alguns moradores estão se transformando em vampiros. Ben organiza um grupo de caça-vampiros com a Dra Cody (Alfre Woodard), o professor Matt Burke (Bill Camp), o padre Callagan (John Benjamim Hickey), a jovem Susan Norton (Mackenzie Leigh) e o menino Mark Petrie (Jordan Preston Carter). A edição é notadamente apressada e sacrifica a criação de um suspense investigativo à medida que crianças e adultos morrem misteriosamente. O grupo se mostra desde o princípio crédulo demais na existência de vampiros, e a aceitação do sobrenatural fica nada crível, mesmo se tratando de um gênero que se destaca por uma intersecção entre o real e o irreal. O livro de King, o segundo que escreveu, em outubro de 1975, é considerado uma de suas melhores obras, e em mais de 500 páginas, os personagens gradativamente encontram as respostas que levam à constatação de que Barlow (Alexander Ward), o recluso residente da Mansão Marsten é um vampiro secular e sedento. Embora Gauberman tenha acertado no roteiro de It – A Coisa (2017/2019), Annabelle 3: De Volta Para a Casa (2019) e A Freira 2 (2023), o resultado obtido em A Hora do Vampiro não é o mesmo, desenvolvendo uma narrativa que nem de longe lembra o material original e ainda conduzido por um protagonista muito fraco na figura de Lewis Pullman (Top Gun Maverick). O melhor do elenco acaba sendo o garoto Jordan Preston Carter, e alguns bons sustos que no final das contas acabam sendo mais do mesmo. A obra já havia sido adaptada como minissérie de TV em 1979 com David Soul, ganhou sequência em Return to Salem’s Lot em 1987 e novamente outra minissérie em A Mansão Marsten (2004) com Rob Lowe, Donald Sutherland e Rutge Hauer como Barlow. A obra de King merecia melhor tratamento, quem sabe da próxima vez. Disponível na HBOMAX.