MUSICA & POESIA |  REVOLUÇÕES POR MINUTO

Adilson Carvalho

Aos 15 anos curtíamos o som pop rock do RPM, banda formada por Luiz Schiavon (1958-2023), Paulo Ricardo, Fernando Deluqui e Paulo Pagni (1958-2019), este o último da banda a integra-la. O álbum Revoluções por Minuto veio um ano depois que a banda gravou um single contendo Louras Geladas e Revoluções Por Minuto com Charles Gavin na bateria. Quando este deixou a banda, pouco antes do lançamento do álbum, veio a ser substituído por Pagni, e foi nesse intervalo que a capa do álbum veio a ser pintada, sendo por isso que Paulo não aparece na arte. A faixa Revoluções Por Minuto veio a ser inicialmente vetada pelo seu conteúdo contestatório criticando o consumismo exacerbado e a situação política do país. O álbum foi lançado em maio de 1985, quatro meses depois da morte de Tancredo Neves e do início do processo de redemocratização do país. Ouça o álbum abaixo:

O som do RPM trazia os afinadíssimos sintetizadores hábilmente tocados por Luiz Schiavon, harmoniosamente acompanhados pela guitarra de Fernando Deluqui, pela bateria de Paulo Pagni e o baixo e vocais de Paulo Ricardo. A banda emplacou rapidamente uma sequência de hits no rádios do país. A já conhecida Louras Geladas foi acompanhada do mega sucesso Rádio Pirata, hino de resistência e rebeldia de toda aquela geração. A letra dizia “Tomar o que é nosso“, “Um espaço nosso dessa decadência” criando os laços de identidade com a juventude que então encontrava voz e representação. Curioso foi o caso da faixa Olhar 43, que foi interpretada por muitos como uma canção de sedução. O próprio Paulo Ricardo veio depois a declarar que a canção trata de timidez e dificuldade de abordar um interesse amoroso. A receita de sucesso do álbum ainda trazia Juvenília falando da desilusão da juventude e a balada A Cruz & A Espada contrastando a busca por afetividade com a perda da inocência. Em pouco mais de um ano, Revoluções Por Minuto, da Epic records, fez 900 mil cópias e levando à gravação de um disco ao vivo já para o ano seguinte. Lembrando hoje, bom dizer “Que se faça a revolução!

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