Adilson Carvalho
Quando criança lembro que eu conversava com meu robô de brinquedo como se este pudesse entender e, em minha imaginação até interagir. A identificação afetiva entre uma criança e seu brinquedo é exatamente a história de Toy Story (1995), o primeiro filme da história do cinema a ter sido compilado inteiramente por ferramentas de computação gráfica. Foi o precursor dentre os longas-metragens da Pixar e a primeira produção realizada por meio da parceria entre a própria Pixar e sua distribuidora, a Walt Disney Pictures. A história de John Lasseter, Pete Doctoer, Andrew Stanton e Jon Ranft investe criativamente em uma mistura de fantasia e apelo emocional que toca a criança dentro de cada um de nós. Na história, o aniversário do garoto Andy (John Morris / Bruno Miguel) está chegando e seus brinquedos ficam nervosos, temendo que ele ganhe novos brinquedos que possam substituí-los. Liderados pelo caubói Woody (Tom Hanks / Alexandre Lippiani), o brinquedo predileto de Andy, eles recebem Buzz Lightyear (Tim Allen / Guilherme Briggs) , o boneco de um patrulheiro espacial, que logo passa a receber mais atenção do garoto. Com ciúmes, Woody tenta ensiná-lo uma lição, mas Buzz cai pela janela e vai parar na casa de Sid Philips (Erik Von Detten / Patrick de Oliveira), garoto de comportamento violento que gosta de desmembrar e torturar os brinquedos. Sid Phillips teria se inspirado em um ex-funcionário da Pixar Animation Studios com o mesmo sobrenome, conhecido por desmontar brinquedos e usar as peças para construir criações bizarras.

Os primeiros roteiros do filme apresentavam uma boneca Barbie em um papel de destaque como interesse amoroso de Woody. A sequência final original, na qual Buzz e Woody perseguem o caminhão em movimento, foi escrita para que Barbie dirigisse seu Corvette para fora do caminhão e resgatasse Woody e Buzz do cachorro de Sid, à la Sarah Connor (Linda Hamilton) em O Exterminador do futuro 2: O julgamento final (1991). A Mattel, empresa proprietária da personagem Barbie, recusou com base no fato de que achava que o filme seria um fracasso e que não queria que a Barbie tivesse uma personalidade definida, preferindo deixar as crianças imaginarem os traços de personalidade da Barbie por conta própria. Assim, a Barbie foi retirada do roteiro e sua personagem foi reformulada para se tornar a Betty (Annie Potts / Telma da Costa). Quando o filme se tornou um grande sucesso, a Mattel permitiu que a Barbie aparecesse em Toy Story 2 (1999). Em 2007, entrou para a história ao ter sido uma das duas animações a ter entrado na lista dos 100 melhores filmes americanos já realizados, segundo o Instituto Americano do Cinema. Toy Story recebeu três indicações ao Oscar 1996 para Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Canção Original (You’ve Got a Friend in Me), além de ter ganhado um Oscar de Contribuição Especial. Um marco incrível no gênero, a animação gerou 3 sequências, e uma possível 4ª ainda a ser desenvolvida. Aventura que certamente não deve acabar por aqui, mas ao infinito e além 1 Disponível na Disney +