Por Adilson Carvalho

É indelével a voz doce de Julie Andrews cantando em A Noviça Rebelde (1965). A eterna irmã Maria também é uma atriz fabulosa tendo atuado em dramas e comédias ao longo de sua carreira, nascida Julie Elizabeth Wells na Inglaterra há 90 anos. Celebramos hoje sua belíssima trajetória iniciada nos palcos londrinos quando ainda tinha 20 anos, passando para os palcos da Broadway e para as telas do cinema do mundo. A atriz casou-se duas vezes: em 1959, com o cenógrafo e figurinista Tony Walton, quem havia conhecido em 1948 enquanto ela fazia um show em Londres, e de quem se divorciou em 14 de novembro de 1967; e em 1969, com o cineasta Blake Edwards, que a dirigiu em oito filmes: Lili, minha adorável espiã; As sementes de tamarindo, Julie and Dick at Covent Garden,; Mulher nota 10, S.O.B, Victor ou Victoria?, O homem que amava as mulheres; e Assim é a Vida. Julie passou por gerações de fãs, atuando em live actions e animações famosas como o papel de mãe do Gru na franquia Meu Malvado Favorito. Vamos lembrar aqui alguns de seus memoráveis momentos em cena.
#1. Mary Poppins (Mary Poppins). 1964. Em sua estreia no cinema Julie conquistou o Oscar de Melhor Atriz, Globo de Ouro de Melhor Atriz em Comédia ou Musical, BAFTA de Melhor Atriz Revelação e o Golden Laurel de melhor performance feminina em musical, além de ter sido indicada ao David di Donatello de Melhor Atriz Estrangeira. Uau !!!! Na Londres de 1910, um banqueiro (David Tomlinson) rígido e severo com os filhos escreve um anúncio no jornal em busca de uma governanta. Trazida pelo vento em um guarda-chuva voador, uma babá com poderes mágicos (Andrews) aparece para transformar a triste rotina da família.

#2. Irmã Maria (A Noviça Rebelde). 1965. No fim dos anos 30, pouco antes da Segunda Guerra, uma noviça (Andrews) que vive num convento, mas não consegue se adaptar às regras religiosas, vai trabalhar como governanta de um capitão viúvo (Christopher Plummer) com sete filhos, se apaixonando por ele. A história do filme é baseada no livro de memórias escrito por Maria von Trapp The Story of the Trapp Family Singers, publicado em 1949. O filme foi vencedor no Oscar nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor montagem, melhor som e melhor trilha sonora. Julie foi indicada mas perdeu para Julie Christie.

#3. Emily Barham (Não Podes Comprar Meu Amor). 1964. Nos dias que antecedem a invasão da Normandia, soldado americano (James Garner) servindo na Inglaterra apaixona-se por uma viúva (Andrews) e passa a questionar sua carreira militar. Novamente indicada ao BAFTA de Melhor Atriz. Esse é o único filme em que Julie Andrews apareceu entre suas atuações icônicas em Mary Poppins (1964) e A Noviça Rebelde (1965). Mais tarde, Andrews disse que estava particularmente feliz com o momento do lançamento desse filme e com seu sucesso comercial e de crítica. Ela especulou que, se tivesse atuado em dois musicais familiares bem conhecidos consecutivamente, correria o risco de ser uma atriz rotulada, o que poderia ter prejudicado sua carreira.

#4. Sarah Sherman (Cortina Rasgada). 1966. Único filme que a atriz fez com Alfred Hithcock. Durante um congresso em Copenhague, um brilhante físico americano (Paul Newman) abandona sua noiva e assistente Sarah (Andrews), e deserta para Berlim Oriental em plena Guerra Fria. Desconfiada das suas verdadeiras motivações, Sarah decide seguí-lo em segredo. O figurino da atriz foi criado pela estilista premiada Edith Head. Embora não estivesse entusiasmado com sua atriz principal, Sir Alfred Hitchcock sempre foi muito educado com Dame Julie Andrews. Sobre sua experiência ao fazer esse filme, Andrews comentou: “Eu não tive que atuar em ‘Cortina Rasgada’. Apenas participei do filme. Não acho que o papel exigiu muito de mim, além de parecer glamourosa, o que o Sr. Hitchcock sempre consegue fazer melhor do que ninguém. Eu tinha reservas com relação a esse filme, mas não fiquei agoniado com isso. A graça foi trabalhar para Hitchcock. Foi por isso que o fiz, e foi isso que ganhei com ele.”

#5. Millie Dillmount (Positivamente Millie). 1967. A jovem Millie (Andrews) tem planos para encontrar um emprego e se casar com um homem rico. Apesar de ser amante do vendedor de clipes de papel, Jimmy (James Fox), ela está determinada a se casar com o empresário Trevor Graydon (John Gavin), que ama a colega de quarto de Millie, Dorothy Brown (Mary Tyler Moore). Enquanto, os quatro tentam encontrar amor, a maldosa Sra. Meers (Beatrice Lillie) quer vender Dorothy para a escravidão branca. Deliciosa comédia musical recriando os loucos anos 20.
#6. Lili Smith (Lili, Minha Adorável Espiã) 1970. Uma produção muito problemática, com muitas interferências dos executivos do estúdio no trabalho feito por Blake Edwards, fazendo o filme ultrapassar em muito seu orçamento original, e resultando em um fracasso de bilheteria quando lançado. Durante a 1a. Guerra Mundial, a cantora popular Lili Schmidt (Andrews) concorda em se disfarçar e espionar para os alemães, mas logo se apaixona por um dos inimigos, o impetuoso major William Larrabee (Rock Hudson) , um piloto americano. O número de abertura “Whistling Away The Dark” foi interpretado por Julie Andrews em uma única tomada ininterrupta. Durante a produção, Julie Andrews também escreveu um livro infantil chamado Mandy, inspirado em uma sugestão de sua filha mais velha. O livro se tornou um best-seller.

#7. Victoria Grant (Victor ou Victoria). 1983. Paris, 1934. Victoria Grant (Andrews) é uma cantora lírica desempregada que conhece Carroll Todd (Robert Preston), um cantor homossexual que foi recentemente demitido. Juntos, eles articulam um plano em que ela se faz passar por um homem, Conde Victor Grezhinski, que é um transformista, com o intuito de conseguir um emprego. Mas, o problema aparece quando ela se apaixona por King Marchand (James Garner), um gângster, sendo que caso ela se declare para ele, se assumirá como uma farsa. Triunfo de bilheteria na carreira de Edwards e Julie, sendo ela novamente ovacionada pelo público e crítica. Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Comédia ou Musical, Kansas City Film Critics Circle Awards e David di Donatello de Melhor Atriz Estrangeira, sendo também indicada ao Oscar de Melhor Atriz e ao César de Melhor Atriz Estrangeira.

#8. Rainha Clarissa Renaldi (Diário de Uma Princesa) 2001. Mia (Anne Hathaway) é uma garota de 15 anos que vive com sua mãe em São Francisco. De repente, ela descobre que seu pai é o Príncipe de Genóvia, um pequeno país europeu. Ela recebe a visita de sua avó recém-descoberta (Andrews), que passa a lhe dar aulas de etiqueta, ensinando-a como uma princesa deve se portar. Mas quando se aproxima a data de seu aniversário, Mia precisa definir que caminho pretende tomar em sua vida: tornar-se uma princesa e se mudar para Genóvia ou permanecer morando com a mãe. Grande sucesso da Disney, que gerou uma sequência em 2004, e ainda apresentou Julie a uma geração mais jovem.

#9. Rainha Lilian (Shrek 2 – 2004 / Shrek Terceiro – 2007 / Shrek Para Sempre – 2010). Jullie dublou a Rainha de Tão Tão Distante, mãe da Princesa Fiona (Cameron Diaz) nesta bem sucedida franquia de fantasia.

#10. Lily (O Fada do Dente). 2010. O jogador de hóquei Derek Thompson (Dwayne Johnson) é o terror do gelo e leva o apelido de “Fada do Dente” por quebrar os dentes de seus adversários. Quando Derek acaba com o sonho de uma jovem fã, ele é rapidamente sentenciado a cumprir pena de uma semana, representando uma real fada do dente, com asas e varinha mágica. Embora ele não goste muito, seu novo trabalho o ajuda a redescobrir seus sonhos deixados para trás. Julie interpreta a rainha das Fadas, muito bem apropriado por sinal.
