CONTAGEM REGRESSIVA PARA HALLOWEEN 2025 | VAMPIROS

Adilson Carvalho

Histórias de vampiros são, na verdade, anteriores à publicação dos romances Drácula (1897), de Bram Stoker e Carmilla (1872), de Sheridan Le Fanu. No final do século XIX, o continente europeu já colecionava incontáveis relatos dessas criaturas notívagas, que se levantavam de suas tumbas para se alimentar de sangue humano. Em uma época de muita superstição e repressão sexual, a figura do vampiro surge como um condutor de um desejo lascivo, metáfora para a libido feminina reprimida e para o sexo fora do casamento, fora das convenções sociais. A mordida do vampiro no pescoço simboliza a sedução, o orgasmo incontido. O vampiro também personifica uma rebeldia latente já que desafia as leis de Deus, rompe com o ciclo de vida e morte graças a sua rigorosa dieta de sangue. Houve quem seguisse tal noção ao pé da letra como a lendária Condessa húngara Elizabeth Bathory (1560-1614), que obcecada pela beleza eterna, cometeu crimes hediondos ao se banhar no sague de belas virgens, motivo pelo qual tornou-se notória como a Condessa Drácula. Sus história serviu de inspiração para o escritor irlandês Sheridan Le Fanu e seu romance Carmilla (1872). Polêmico, já na época de sua publicação, o vampirismo é retratado além da mera heterossexualidade, sugerindo lesbianismo e fazendo da atração pela morte uma tentadora reversão da ordem e da moral vigente. Nas telas do cinema é personagem recorrente e figura comum na celebração do dia das bruxas., começando com Max Schreck na primeira versão de Nosferatu, e seguindo com os intérpretes oficiais de Drácula : Bela Lugosi, Christopher Lee, Frank Languella, Gary Oldman e mais recentemente a versão de Luc Besson. Vamos conferir algumas das produções que você pode encontrar no streaming.

#1. A Hora do Vampiro (Salém’s Lot). A história conta a história de um escritor Ben Mears (Lewis Pullman) que retorna a cidade de Jerusalem’s Lot (reduzida para Salem’s Lot, servindo de título para o livro de Stephen King) no Maine, onde ele viveu dos 5 anos aos 9 anos de idade, somente para descobrir que alguns moradores estão se transformando em vampiros. Ben organiza um grupo de caça-vampiros com a Dra Cody (Alfre Woodard), o professor Matt Burke (Bill Camp), o padre Callagan (John Benjamim Hickey), a jovem Susan Norton (Mackenzie Leigh) e o menino Mark Petrie (Jordan Preston Carter). A edição é notadamente apressada e sacrifica a criação de um suspense investigativo à medida que crianças e adultos morrem misteriosamente. O grupo se mostra desde o princípio crédulo demais na existência de vampiros, e a aceitação do sobrenatural fica nada crível, mesmo se tratando de um gênero que se destaca por uma intersecção entre o real e o irreal. O livro de King, o segundo que escreveu, em outubro de 1975, é considerado uma de suas melhores obras, e em mais de 500 páginas, os personagens gradativamente encontram as respostas que levam à constatação de que Barlow (Alexander Ward), o recluso residente da Mansão Marsten é um vampiro secular e sedento. Disponível na HBOMAX

#2. Nosferatu (Nosferatu). Segunda refilmagem de Nosferatu, clássico do expressionismo alemão originalmente realizado por F.W Murnau como uma adaptação não autorizada de Drácula de Bram Stoker, daí as familiaridades narrativas. Um corretor de imóveis (Hoult) é atraído para um castelo na Transilvânia cujo proprietário é o excêntrico Conde Orlok (Skarsgard), um vampiro milenar que aterroriza a região. Para piorar, Orlok desenvolve uma obsessão pela esposa do corretor, a jovem Ellen Hutter (Depp), e começa a persegui-la. Em 1979, o diretor alemão Werner Herzog já havia filmado a mesma história com Klaus Kinski e Isabelle Adjani, e em 2001 houve a reimaginação A Sombra do Vampiro, estrelada por Willem Dafoe como o vampiro. O diretor Robert Eggars, de A Bruxa e O Homem do Norte restaura o tema do vampirismo à suas raízes, graças a uma impressionante fotografia e direção de arte recriando a Alemanha do século XIX. Disponível na Prime.

#3. Abigail (Abigail) Os diretores Matt Bertinelli-Olpin e Tyler Gillet, que fizeram Pânico e Pânico VI, exploram bem o clima de mistério inicial, mas depois que revelam a natureza da personagem título se entregam a escatologia e a solução fácil. Boa a referência a E Não Sobrou Nenhum de Agatha Christie, mas os diretores não conseguem segurar a mesma narrativa ou a mesma criatividade, ficando tudo bem raso e nem mesmo Melissa Barrera consegue convencer, se deixando rotular como nova Scream Queen. A pequena Alisha Weir de 14 anos faz muito bem a transição de refém desamparada para criança monstro e segura muitas cenas. O filme foi o ultimo de Angus Cloud (Euphoria), que viveu o sequestrador Mac, morreu antes do lançamento do filme de uma combinação letal de drogas. Uma curiosidade: o filme é uma refilmagem distante de A Filha de Dracula (1936) mas isso não ajuda muito o filme com seu exagero de litros de sangue jogados na tela. Disponível na Prime.

#4. Pecadores (Sinners) Ryan Coogler, roteirista e diretor que fez Creed – Nascido Para lutar (2015), Pantera Negra (2018) e Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022) traz o astro Michael B. Jordan em papel duplo como os irmãos Smoke e Stack de volta à sua cidade natal com o objetivo de reconstruir a vida e apagar um passado conturbado. Porém esse trauma volta a atormentá-los quando uma vampiros passam a persegui-los, trazendo para a superfície medos e traumas. Esse mal busca tomar conta da cidade e de todos os cidadãos, obrigando-os a lutar para sobreviver. Disponível na HBO MAX

#5. Convite Maldito (The Invitation) Após a morte de sua mãe e por não ter outros parentes conhecidos, Evie (Nathalie Emmanuel) faz um teste de DNA… e descobre um primo perdido há muito tempo que ela nunca soube que tinha. Convidada por sua família recém-descoberta para um casamento luxuoso no interior da Inglaterra, ela é inicialmente seduzida pelo sexy anfitrião aristocrata. Mas Evie logo é lançada em um pesadelo de sobrevivência ao descobrir segredos distorcidos na história de sua família e as intenções inquietantes por trás da generosidade pecaminosa. Disponível na Prime.

#6. Entrevista Com o Vampiro.(Interview With The Vampire). A série, baseada nos livros de Ann Rice, já conta com duas temporadas prontas e uma terceira programada para 2026, sendo estrelada por Sam Reid (Lestat) e Jacob Anderson (Louis). No romance, há fortes subtextos gays em torno do relacionamento entre Lestat e Louis. Na versão para o cinema de 1994, estrelada por Tom Cruise e Brad Pitt, tal conotação pode ser percebida nas entrelinhas, apesar de mais sutil em relação aos livros. Nesta série, esses subtextos são evidentes e concretos. O relacionamento entre Lestat e Louis é mais apaixonado. Disponível na Prime.

#7. Os Garotos Perdidos (The Lost Boys). Pérola dos anos 80, dirigida por Joel Schumacher, o filme apresenta os irmãos adolescentes Michael (Jason Patric) e Sam (Corey Haim) recém chegados em uma pequena cidade no norte da Califórnia. Sam conhece os irmãos Edgar (Corey Feldman) e Alan (Jamison Newlander), que trabalham em uma loja de histórias em quadrinhos. O angustiado Michael se apaixona por Star (Jamie Gertz), que está envolvida com David (Kiefer Sutherland), líder de uma gangue local de vampiros. Quando descobre o que está acontecendo com o irmão, Sam e seus novos amigos embarcam na missão de salvar Michael e Star das criaturas da noite sedentas de sangue. Disponível na Apple TV.

#8. A Saga Crepúsculo (The Twilight Saga). Série de filmes baseada nos romances de Stephenie Meyer que conta a história de amor entre uma humana e um vampiro. Dessa forma, o primeiro filme, lançado em 2008, introduz Isabella Swan (Kristen Stewart), uma adolescente que se muda para a chuvosa cidade de Forks e se apaixona por Edward Cullen (Robert Pattinson), um vampiro misterioso. também retrata a rivalidade entre vampiros e lobisomens, com a introdução do personagem Jacob Black (Taylor Lautner), um lobisomem que se torna pretendente ao coração de Bella. A saga se desdobra nos filme Crepúsculo, Lua Nova, Eclipe, Amanhecer – Parte 1 e Amanhecer – Parte 2. Disponível na Netflix.

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