JANE FONDA BRILHA NA PARIS FASHION WEEK

Andre Azenha

Ver Jane Fonda, aos 87 anos, cruzando a passarela da Paris Fashion Week é testemunhar um marco de vitalidade e resistência. Não é apenas moda: é um gesto político, um ato de afirmação. É a prova de que a idade não limita o brilho, a presença e a capacidade de transformar olhares. Ao longo de seis décadas, Fonda reinventou o próprio mito. Tornou-se estrela internacional com Barbarella (1968), de Roger Vadim, que a consagrou como ícone pop; mostrou potência dramática em papéis complexos e venceu dois Oscars de Melhor Atriz: por Klute – O Passado Condena (1971) e por Amargo Regresso (1978). Na televisão, somou prêmios e personagens memoráveis; nos anos 1980, revolucionou o mercado do fitness com vídeos que popularizaram a ginástica em casa; como autora, publicou livros de memórias e de bem-estar que dialogam com diferentes gerações. Sua voz pública sempre foi contundente. Foi uma das figuras mais visíveis do movimento contra a Guerra do Vietnã, posicionamento que lhe rendeu respeito e também controvérsias — especialmente após a famosa foto em Hanói, pela qual ela mais tarde pediu desculpas. Décadas depois, manteve o pulso ativista em causas feministas e ambientais, liderando protestos, participando de campanhas e usando a própria imagem para ampliar a conversa sobre justiça climática e direitos. Ao subir numa passarela de alta-costura aos 87 anos, Jane Fonda reafirma que a mulher madura deve ser vista, reconhecida e celebrada. Ela inspira, movimenta mercados e corações, e prova — com obra, coerência e presença cênica — que experiência e história também são sinônimos de modernidade e desejo.

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