CLÁSSICO REVISITADO | TRON UMA ODISSEIA ELETRÔNICA

Adilson Carvalho

Apesar dos impressionantes efeitos digitais de Tron : Uma Odisséia Eletrônica (Tron), o filme de 1982 dirigido por Steven Lisberger, foi ignorado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na categoria de Melhor Efeitos Especiais. Estamos falando afinal de uma época em que os efeitos eram todos práticos, e não se concebia que imagens geradas por computador se enquadrassem em um genuíno trabalho artístico. A inspiração para o filme veio em 1976; quando Lisberger, em seu próprio estúdio, fixou em sua mente uma história passada em uma arena e, animado com as possibilidades da animação por computador, pediu que o animador John Norton fizesse alguns esboços com personagens atirando frisbees de luz tal qual fosse um bumerang. Sendo um personagem eletrônico, Lisberger o batizou de Tron (redução de eletrônico), Cerca de 20 versões diferentes do roteiro foram feitas, sendo que uma delas foi comprada pela Walt Disney Company.

Na história o talentoso engenheiro de computação Kevin Flynn (Jeff Bridges) descobre que Ed Dillinger (David Warner), um executivo da sua empresa, está roubando seu projeto, tenta invadir o sistema. No entanto, Flynn é transportado para o mundo digital em um programa antagônico. O artista francês Jean Giraud, conhecido por seu pseudônimo Moebius, foi contatado por Donald Kushner e encarregado por Steven Lisberger de projetar o figurino dos personagens que habitariam o mundo dentro da máquina. Moebius desenhou o visual dos personagens e, também, participou do desenvolvimento de alguns deles, a saber: Crom (Peter Jurassik), um tímido programa de contabilidade; Ram (Dan Shor), um destemido programa, e Yori, uma programa de simulação também interpretado pela bela Cindy Morgan, além das característica do próprio Tron (Bruce Boxleitner). Seguindo o hábito de Hitchcock, de aparecer em seus filmes, Liberbger aparece em Tron como um homem vestido de preto no fliperama Flynn’s, vindo do centro da frente e caminhando para a direita, e cujo rosto é visível quando ele solta uma funcionária loira vestida de camiseta azul que ele agarrou quando eles cruzavam (por volta de 17’32). Apesar de tudo, o filme foi um fracasso de bilheteria na época de seu lançamento, mostrando que Hollywood e o público não estavam preparados para o avanço narrativo e técnico do filme, que veio a ter sua primeira sequência-legado em 2010 (Tron Legado), seguido agora de Tron: Ares.

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