Adilson Carvalho

Nos últimos cinco anos a cultura asiática encontrou bastante espaço em nosso país com jovens ao som do K-Pop, temporadas de K-drama aparecendo no streaming, sem contar no sucesso internacional de Round 6. Não há surpresa então no sucesso que fez o lançamento de Ruídos (노이즈 / Noise), que levou mais de 1 milhão de espectadores aos cinemas sul coreanos, arrecadando cerca de US$ 8 milhões ao todo no país, e chegando no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2024. A história gira em torno de duas irmãs que começam a sofrer com um barulho misterioso e indecifrável vindo de algum lugar do apartamento. Um dia, uma delas desaparece e a outra inicia a busca pela irmã com a ajuda do cunhado. Enquanto isso, um homem que mora no apartamento de baixo, também atormentado pelo barulho estranho, se convence de que as irmãs do andar de cima são a fonte e ameaça matá-las. O filme, o primeiro dirigido por Kim Soo-jin, procura aproveitar momentos de silêncio, sem diálogos para criar suspense à medida que Joo-Young (Lee Sun-Bin), que tem problemas auditivos, se vê gradativamente desacreditada em sua busca e assustada com forças que podem ser resultado de ação humana ou sobrenatural. Lee Sun-Bion, ex cantora do grupo de K-Pop JQT, consegue extrair de si uma atuação convincente, mas não ajuda o fato de que a história demora a pegar impulso com um excesso de cenas no escuro, mesmo se tratando de um filme de terror. A diretora usa câmera subjetiva em momentos cruciais, que acabam lembrando inadvertidamente de A Bruxa de Blair (1999). Alguns sustos quebram a monotonia da busca de Joo-Young, mas o final (SEM SPOILERS) pode decepcionar o olhar desatento.