Por Paulo Telles

E vamos para mais um registro nos anais de Isto é Fato…Não Fita!
A atriz Joan Hackett (1934-1983) nasceu em Nova York. Com 18 anos tornou-se modelo e seu rosto já estava estampada nas principais revistas de moda do país. Joan estudou Arte Dramática com Lee Strasberg (1901-1982) e iniciou a carreira de atriz no teatro, atuando em várias peças da Broadway. Estreou na televisão em 1959 e até 1965 atuou em em várias séries televisivas, como Daniel Boone, Ben Casey, Império do Oeste, Dr. Kildare, Além da Imaginação e Alfred Hitchcock Presente.

Sua estreia no cinema foi em 1966 com o filme O Grupo (The Group) de Sidney Lumet (1924-2011), dividindo as atenções com Candice Bergen e Elizabeth Hartman (1942-1987), e vindo a conhecer o ator Richard Mulligan (1932-2000), com quem casaria, divorciando-se em 1973. Mas foi a partir de 1967 que Joan foi mais atentamente notada por Hollywood, quando participou ao lado de Charlton Heston (1923-2008) no western E O Bravo Ficou Só (Will Penny), que foi a estreia do cineasta Tom Gries (1922-1977), diretor saído de trabalhos pela TV. Até conseguir o papel de Catherine Allen, foi um desafio longo para a jovem atriz. Lee Remick, Jean Simmons e Eva Marie Saint foram cogitadas para interpretar Catherine, mas elas recusaram. Mesmo desfrutada com a recusa das atrizes mais experientes, Hackett ainda precisou submeter-se a aprovação do astro Heston, que nesta época detinha todo poder para analisar roteiros, escolher diretores e, principalmente, avaliar atores e atrizes com quem fosse contracenar. Felizmente, o ator simpatizou com Joan, e ambos com o diretor Gries deram prosseguimento as filmagens.

A atriz, que fugia de todo glamour hollywoodiano, conciliava seus trabalhos no cinema e na TV com seu ativismo social. Reivindicava pelo desenvolvimento da energia solar e tombamento e preservação de prédios públicos e históricos. No cinema, ela ainda atuou em Uma Cidade Contra o Xerife (Support Your Local Sheriff!, 1969) de Burt Kennedy, com James Garner; O Fim de Sheila (The Last of Sheila, 1972) de Herbert Ross, com Richard Benjamin, Raquel Welch e James Coburn; O Tesouro de Matecumbe (Treasure of Matecumbe, 1976) de Vincent McEveety, produção Disney, com Robert Foxworth e Peter Ustinov; e O Doce Sabor de Um Sorriso (Only When I Laugh, 1981) de Glenn Jordan, com Marsha Mason.

Em 1983, Joan Hackett foi diagnosticada com câncer no ovário, levando-a a tratamentos agressivos de quimioterapia. Mas a doença consumiu-a rapidamente levando-a à óbito em 8 de outubro do mesmo ano, no Hospital de Encino, na Califórnia. Com personalidade sempre alegre e bem-humorada ao longo da vida (e não para menos, também era ótima comediante em cena!), pediu aos familiares que a lápide de seu túmulo tivesse a seguinte inscrição: “Go away, I’m asleep” (“Vão embora, estou dormindo”). A atriz está sepultada no famoso Hollywood Forever de Los Angeles. Joan Hackett tinha apenas 49 anos quando faleceu.
Um registro verídico em nossos arquivos, afinal Isto é Fato…Não Fita!
Paulo Telles é crítico de cinema, escritor e radialista (DRT 21959-RJ) além de colunista e redator do blog Cine Retro Boavista.
https://cineretroboavista.blogspot.com/
“Isto é Fato… Não Fita! “ Era um quadro do extinto programa Cine Vintage, pela Web Rádio Vintage.