BASTIDORES | A HISTÓRIA DE AMOR DE MICHAEL CAINE E SHAKIRA BAKSH

André Azenha

O ano era 1971, e a Inglaterra fervilhava em transição — Beatles recém-separados, o cinema britânico em mutação, e um ator de sotaque cockney começava a dominar Hollywood: Michael Caine. Uma noite comum em sua casa em Chelsea mudaria o rumo da vida dele. A televisão exibia um comercial de café Maxwell House. De repente, ela apareceu. Uma mulher de pele cor de âmbar, sorriso discreto e olhar hipnótico. Shakira Baksh. Caine ficou paralisado. “É a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida”, disse a um amigo. Naquele instante, algo se acendeu — o tipo de fascínio que, em um roteiro, pareceria exagero, mas que, na vida real, só os apaixonados conhecem. Nos dias seguintes, ele não conseguia pensar em outra coisa. O ator que interpretara espiões e criminosos passou a agir como um detetive: ligou para amigos do mundo publicitário, procurou em agências de casting, perguntou a todos que conhecia. Até que descobriu o nome daquela mulher misteriosa: Shakira Baksh, ex-Miss Guiana Inglesa, modelo e atriz em ascensão que vivia em Londres. Caine vivia em Los Angeles, a mais de 8 mil quilômetros de distância. Mas isso não o deteve. No dia seguinte, comprou uma passagem e embarcou para Londres — sem sequer saber se ela aceitaria encontrá-lo. Essa travessia, movida mais por intuição do que por razão, foi o primeiro ato de uma das histórias de amor mais duradouras do cinema britânico. Quando se viram, não houve necessidade de palavras ensaiadas. Caine, já encantado pela imagem televisiva, encontrou uma mulher de presença serena e espirituosa. Shakira viu além da fama: o homem simples, o filho de uma faxineira e de um peixeiro, que venceu pela insistência. Casaram-se em 1973. Décadas se passaram, mas Michael e Shakira continuam juntos, há mais de 50 anos. Ele, cavaleiro da rainha. Ela, presença constante, porém discreta. O casal construiu uma vida longe dos holofotes — uma raridade em meio à volubilidade das estrelas. “O segredo é nunca deixar de rir juntos. E nunca esquecer o que senti naquele comercial de café.

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