TV CLÁSSICA | AGENTE 86 : 60 ANOS

Adilson Carvalho

No cinema, James Bond é o maior dos espiões, mas na TV quando precisávamos de alguém para salvar o mundo, chamávamos Maxwell Smart, um dos personagens mais divertidos das séries de TV, que agora completa 60 anos de seu lançamento original, saído da imaginação de Buck Henry e Mel Brooks. Estreando na NBC em 18 de setembro de 1965, Agente 86 (Get Smart) parodiava todos os clichês dos filmes de espionagem a começar pelo papel antagônico de bem e mal representado pelo Controle e KAOS, ambas divertidas referências à CIA e KGB. A série era estrelada por Don Adams, incorporando uma mistura de James Bond e Inspetor Closeau, principal agente secreto do Controle, sempre acompanhado da agente 99 (Barbara Feldon) – esta muito mais competente que Max. Ambos assumem as missões mais perigosas supervisionadas pelo Chefe (Edward Platt). Este conta com o apoio do secretário completamente idiota Larabee (Robert Karvelas) e dos agente de campo 13 (Dave Ketchum) e 44 (Victor French / Al Molinaro), estes sempre aparecendo sob os disfarces mais hilários. Se Bond tinha Brofeld como aquiinimigo, Mas tinha Herr Siegfried (Bernie Kopell) e seu capanga atrapalhado Shtaker (King Moody). Outro coadjuvante hilário é o robô Hymie, que surgiu na 2ª temporada, como uma criação da KAOS para matar Max, mas em vez disso ele se torna um fiel amigo do super agente e se junta ao Controle.

A série colecionou momentos absolutamente hilários como o cone do silêncio, que nunca funcionava, o sapato fone (precursor dos celulares), ou os bordões super criativos tais como “O velho truque do …. ” e ” Eu pedi que não me dissesse isso“. O episódio-piloto foi o único rodado em preto e branco, seguido de um total de 5 temporadas coloridas, sendo as 4 primeiras pela NBC e a 5ª pela CBS. A icônica abertura segue o Agente 86 indo para o escritório secreto, atravessando várias portas. Na primeira temporada, havia ainda o Nino, uma cão treinado para espião, que não obedecia aos comandos, o que atrasava as filmagens. O cão era uma imposição dos produtores inicialmente, e Brooks fez questão de usar um que de fato produzisse esse efeito, convencendo os executivos a tirá-lo da série. Vários atores conhecidos tiveram participação especial em vários episódios como Michael Dunn (de James West), Victor Buono (o rei Tut de Batman), Ernest Borgnine, John Fiedler, Carol Burnett, Julie Newmar (a Mulher Gato de Batman), Alan Oppenheimer, Billy Barty, Marty , Leonard Nimoy e muito mais.

No Brasil a série foi extremamente popular tendo sido exibida pela TV Record, Bandeirantes, Rede TV, Multishow, TCM e com uma dublagem espetacular da AIC (4 primeiras temporadas) e Cine Castro (5ª temporada), mais tarde redubladas pela VTI, quando a série foi reprisada pelo TCM e Nicklodeon na antiga faixa Nick at Nite. A voz de Bruno Netto era espetacular, transmitindo toda a inaptidão de Max, sendo substituído por Mário Tupinambá na redublagem. Os demais personagens ficaram com Aliomar de Matos / Giulene Conte (99), Mário jorge Montini / José Santana (Chefe), Marcos Miranda / Marco Moreira (Larabee), Waldyr Wei / Bruno Rocha (Siegfried). A série teve dois filmes com Don Adams reprisando o papel de Max: A Bomba Que Desnuda (1980) e Agente 86 De Novo (1989). Em 1995 a Fox tentou relançar a série com Max no papel de Chefe do Controle e seu filho Zach (Andi Dick) como agente de campo ao lado da sensual agente 66 (Elaine Hendrix), mas esse reboot só durou 7 episódios. Em 2008, Agente 86 foi adaptado para o cinema em uma produção de sucesso regular com Steve Carell no papel de Max, Anne Hathaway (99), Alan Alda (Chefe) e Terence Stamp (Siefried) com participações especiais de Masi Oka, Terry Crews e Dwayne Johnson.

Foram 138 episódios que usavam e abusavam do humor inteligente fosse no excelente texto de Mel Brooks e Buck Henry ou até mesmo piadas visuais, todas de conteúdo hilário e um teor crítico bem disfarçado dos sensores como no episódio em que o Chefe pergunta a Max se ele gostaria que seus filhos crescessem em um país livre e Max pergunta “Que país é este, Chefe?” Simplesmente hilário.

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