Releitura dos artigos publicados no site da extinta Rádio Vintage
Sérgio Cortêz
Retrato Em Branco & Preto: O Inesquecível Toca-Discos

Produzido na década de 1960, o Eletrofone Philips NG 1151 foi um dos precursores das famosas “vitrolinhas” que se tornaram bastante populares ao longo das décadas de 1970 e 1980. Bem mais simples e menores em comparação às vitrolas disponíveis no mercado até então – hoje muito cobiçadas por colecionadores– o Philips NG 1151, com suas travas laterais completando o encaixe entre o corpo do aparelho e sua caixa de som, podia ser levado para qualquer lugar, facilitando muito a vida da galera na hora de organizar uma farra ou orgia.
Contando com as opções 16, 33, e 45 rotações, o Philips NG 1151 foi um dos últimos toca-discos também compatíveis com os vinis de 78 RPM. Porém, era nisso que consistia sua única falha trágica: já naquela época, a maioria dos vinis era produzida em 33¹/³ RPM e como o Eletrofone Philips tocava exatas 33 RPM, os discos rodavam de maneira mais lenta do que deveriam. Ao mesmo tempo, as demais velocidades de execução da mídia deixavam de ser usadas e os vinis de 16, 45 e 78 RPM desapareceram das prateleiras – salvos raros lançamentos especiais em 45 RPM. Na fonte de alimentação do toca-discos haviam duas opções: 7,5V e 9V, que alteravam muito sensivelmente a rotação dos vinis e não melhoravam grande coisa a reprodução dos discos 33¹/³ a 33 RPM.
Mas era um aparelho charmoso e, se o dono quisesse, poderia levar seu Philips NG 1151 para dar mais romantismo àquele encontro com a pessoa amada, bastando para isso colocar as pilhas e não esquecer um bom e meloso LP! Não obstante, com a modernização dos aparelhos de som na década de 1980 e a chegada do CD e de outras mídias digitais nos anos seguintes, o Eletrofone Philips e outras “vitrolinhas” do gênero tornaram-se artigos para colecionadores e saudosistas. Porém, fica o registro de um produto que fez a alegria de toda a gente por mais de duas décadas.
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