Marcelo Kricheldorf

Psicose (Psycho, 1960) é um filme de suspense e terror dirigido por Alfred Hitchcock, baseado no romance homônimo de Robert Bloch. O filme é considerado um clássico do cinema de terror e continua a ser estudado e admirado por sua habilidade em criar suspense e tensão. Neste artigo, vamos analisar a construção do suspense, a dualidade da personalidade, a representação da mulher, a estrutura não linear, a influência do cinema expressionista, a relação entre Norman e Marion, o papel do destino, a representação da doença mental e a influência de Psicose no cinema de terror.
Hitchcock é conhecido por sua habilidade em criar suspense, e o filme é um exemplo clássico disso. A cena do assassinato no chuveiro é uma das mais famosas do cinema e é um exemplo perfeito de como Hitchcock usa a edição e a música para criar tensão e suspense. A cena é rápida e violenta, com cortes abruptos e uma trilha sonora estridente que aumenta a sensação de choque e medo. O filme apresenta uma dualidade interessante entre Norman Bates e sua mãe. Norman é um homem tímido e introvertido que é dominado pela personalidade de sua mãe. A mãe de Norman é uma figura autoritária e controladora que é ao mesmo tempo uma pessoa e uma personalidade distinta. A dualidade entre Norman e sua mãe é explorada através da caracterização e da atuação de Anthony Perkins, que consegue transmitir a complexidade e a instabilidade de Norman.
A representação da mulher no filme é complexa e profunda. Marion Crane (Janet Leigh) é uma personagem independente e determinada que é ao mesmo tempo vulnerável e forte. A mãe de Norman, por outro lado, é uma figura maternal e controladora que é ao mesmo tempo protetora e destrutiva. A representação da mulher no filme reflete a sociedade da época, mas também apresenta uma visão crítica da forma como as mulheres são tratadas e percebidas. A obsessão de Norman por sua mãe é uma das temáticas centrais do filme. Norman é possuído pela personalidade de sua mãe e é incapaz de se libertar dela. A obsessão de Norman é explorada através da caracterização e da atuação de Anthony Perkins, que consegue transmitir a intensidade e a complexidade de Norman. O filme tem uma estrutura não linear, com a morte de Marion Crane ocorrendo no meio do filme. Essa estrutura não linear é usada por Hitchcock para criar uma sensação de surpresa e manter o espectador engajado. A morte de Marion é um ponto de inflexão no filme e muda a direção da história.
O filme apresenta uma influência clara do cinema expressionista alemão, com sua ênfase em sombras, ângulos de câmera e cenários estilizados. A casa de Norman é um exemplo perfeito disso, com suas escadas escuras e sinistras e seu quarto cheio de objetos estranhos. A relação entre Norman e Marion é central para o filme. Norman é atraído por Marion e se sente conectado a ela de uma forma que não consegue explicar. A relação entre Norman e Marion é explorada através da caracterização e da atuação de Anthony Perkins e Janet Leigh. O filme apresenta uma visão fatalista do destino, com os personagens sendo levados a eventos que estão além de seu controle. A morte de Marion é um exemplo disso, e é apresentada como um evento inevitável.
A representação da doença mental no filme é complexa. Norman é apresentado como um homem com problemas psicológicos graves, e sua doença é explorada através da caracterização e da atuação de Anthony Perkins. Considerado um dos filmes de terror mais influentes de todos os tempos. O filme influenciou muitos outros filmes e diretores, incluindo a franquia Halloween e a série A Hora do Pesadelo. A cena do assassinato no chuveiro é uma das mais famosas do cinema e é frequentemente citada como uma das mais influentes. Psicose é um filme complexo e multifacetado que apresenta uma visão crítica da sociedade e da condição humana. A construção do suspense, a dualidade da personalidade, a representação da mulher, a obsessão e a possessão, a estrutura não linear, a influência do cinema expressionista, a relação entre Norman e Marion, o papel do destino e a representação da doença mental são todos elementos que contribuem para a riqueza e a profundidade do filme. “Psicose” é um clássico do cinema de terror que continua a ser estudado e admirado por sua habilidade em criar suspense e tensão.
Ficha Técnica do Filme “Psicose” (1960)
Título Original: Psycho
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Joseph Stefano (baseado no romance de Robert Bloch)
Música: Bernard Herrmann
Cinematografia: Robert Burks
Edição: George Tomasini
Duração: 109 minutos
Gênero: Suspense, Terror
Lançamento: 1960
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Elenco:
- Anthony Perkins como Norman Bates
- Janet Leigh como Marion Crane
- Vera Miles como Lila Crane
- John Gavin como Sam Loomis
- Martin Balsam como Detetive Arbogast
- John McIntire como Al Chambers
parabéns pelo artigo
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