Adilson Carvalho

Um dos maiores comediantes da era do cinema mudo, além de Charles Chaplin, foi o americano Joseph Frank Keaton, ator, comediante, diretor, produtor, roteirista e dublê apelidado de “O Grande Rosto de Pedra” ou “O Homem que Nunca Ri”, devido à sua famosa expressão facial inexpressiva durante as atuações. A história imortalizou sue nome artístico, Buster Keaton (1895-1966), nascido no mundo do vaudeville (mistura de teatro e circo muito popular nos Estados Unidos) em fins do século XIX. Keaton começou sua carreira artística participando de um número com seus pais, chamado Os três Keatons, onde a grande piada era como disciplinar uma criança mal-educada. Depois de algum tempo fazendo pontas em filmes, em 1920 Buster começou a dirigir seus primeiros curtas. Em 1996, a Entertainment Weekly reconheceu Keaton como o sétimo maior diretor de cinema, e em 1999 o American Film Institute o classificou como a 21ª maior estrela masculina do cinema clássico de Hollywood. Lutou na 1ª Guerra Mundial, servindo nas Forças Expedicionárias Americanas na França com a 40ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos. Keaton estreou no cinema em 1917 ao lado de Roscoe Arbuckle, que apresentou o jovem Keaton e junto de Al St. John fizeram vários curtas-metragens até 1921, a parceria com Arbuckle foi muito bem-sucedida e não demorou para chegar a fama a Buster. Após o trabalho bem-sucedido de Keaton com Arbuckle, Schenck deu a ele sua própria unidade de produção, a Buster Keaton Productions. Ele fez uma série de comédias de curta-metragem, incluindo One Week (1920), The Playhouse (1921), Cops (1922) e The Electric House (1922). Keaton então mudou para longas-metragens. Buster Keaton passou a fazer seus próprios curtas independentes e obteve grande sucesso, então fez seu primeiro longa em 1920 com o o filme The Saphead, mais tarde em 1923 lançou o longa Three Ages o primeiro que dirigiu; em 1924 Arbuckle se encontrava em declínio então Keaton o ajudou dando papéis e até pondo-o para dirigir alguns filmes, como é o caso do filme Sherlock Jr.

Em 1925 ele lançou Sete Oportunidades, e anos depois ele afirmou ser este seu filme de que menos gostava seu melhor e mais famoso filme é A General, que foi um fracasso comercial na época, ambientado durante a Guerra Civil Americana, combinando comédia física com o amor de Keaton por trens, incluindo uma épica perseguição de locomotiva. A cena culminante de uma locomotiva caindo em uma ponte em chamas foi a tomada mais cara da história do cinema mudo. A perda de independência de Keaton como cineasta coincidiu com o surgimento dos filmes sonoros (embora ele estivesse interessado em fazer a transição) e problemas pessoais crescentes, e sua carreira no início da era do som foi prejudicada como resultado. Com The Cameraman (1928), da MGM, Keaton virou um ator assalariado, o que o magoou bastante. Em 1952 dividiu a cena com Chaplin em Luzes da Ribalta (Lime Light), a única participação conjunta dos dois grandes artistas da comédia num mesmo filme, e a partir daí teve uma nova chance em sua carreira, principalmente com o crescimento da TV, incluindo no episódio Once Upon a Time de Além da Imaginação (The Twilight Zone, 1961), que incluiu sequências silenciosas e sonoras. Em 1957 Keaton foi homenageado com o filme O Palhaço Que Não Ri (The Buster Keaton Story), vivido pelo ator Donald O’Connor. Em 1963, teve uma aparição rápida no final de Deu a Louca no Mundo (It’s a Mad Mad World, 1963), ao lado de Spencer Tracy. O grande artista faleceu em 1 de fevereiro de 1966, vítima de câncer de pulmão, deixando um legado inegável de humor que fez história.
