Adilson Carvalho

As bruxas estão literalmente soltas no dia de hoje, e em meio a gostosuras e travessuras, uma boa dica e selecionar os mais recentes lançamentos do gênero e curtir o melhor do jump scare. Sustos não vão faltar para você escolher nas plataformas de streaming. Vamos conferir algumas sugestões para ver no comforto de casa:
#1. A Hora do Mal (HBOMAX). Dirigido por Zach Cregger, cineasta responsável pelo aclamado Noites Brutais, e estrelado por Josh Brolin e Julia Garner. A história começa em plena quarta-feira, quando todas as crianças de uma sala desaparecem misteriosamente — com exceção de um único jovem. Exatamente às 2h17 da manhã, todas elas acordaram e saíram no escuro por livre e espontânea vontade, sem qualquer sinal de violência, e nunca mais voltaram. Agora, todos buscam respostas do porquê apenas os alunos da professora Gandy desapareceram. O que teria acontecido com as crianças e, mais importante, quem realmente estaria por trás desse evento? O filme é estrelado por Josh Brolin (Vingadores e Duna) e Julia Garner, a vencedora do Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante pela série Ozark. O elenco também tem os atores Alden Ehrenreich, Austin Abrams, Cary Christopher, Benedict Wong e Amy Madigan. Zach Cregger assina a direção, o roteiro do filme e atua como produtor, já tendo anunciado um segundo filme para breve.

#2. Extermínio 3: A Evolução. (HBOMAX). Uma das mais bem sucedidas franquias de zumbi saídas da imaginação de Danny Boyle. Agora depois de um longo tempo desde que o vírus da raiva escapou do laboratório de pesquisas médicas e contaminou grande parte da humanidade, transformando-os em zumbis apavorantes. Agora, um grupo de sobreviventes vivem isolados numa ilha, cercados por um muro e conectados com os territórios contaminados por uma estrada altamente protegida. Alguns cidadãos do grupo precisam sair numa missão e com isso descobrem outras mutações que parecem ter acometido não só os infectados, mas também os sobreviventes que ficaram.

#3. Premonição 6 : Laços de Sangue (HBOMAX).. Uma família é perseguida pela poderosa e inescapável força da Morte quando a jovem universitária Stefanie (Kaitlyn Santa Juana) é cometida de sonhos macabros. Focada em entender o que significam essas visões, Stefanie volta para a cidade onde cresceu para tentar encontrar sua avó(Gabrielle Rose/Brec Bassinger), a única pessoa capaz de quebrar o ciclo fatal. No passado, Iris salvou a vida de dezenas de pessoas, quando era jovem, após ter uma visão da tragédia que aguardava a todos. Para salvar sua família de um destino brutal, a neta precisará reunir as peças do quebra-cabeça e quebrar a maldição que, após anos de paz, parece estar pronta para fazer novas vítimas novamente. Disponível a partir de 1º de agosto.

#4. O Lobisomem (Prime Video). A Blumhouse e o diretor de O Homem Invisível (2020) recriam um dos monstros mais populares do acervo da Universal. Blake (Abbott) e sua família (Julie Garner e Mathilda Faith) tornam – se alvos de um lobisomem, que o infecta. À medida que a lua cheia ilumina a noite, o homem gradativamente se transforma em uma terrível criatura que persegue e aterroriza sua família. Leigh Whannell revelou que se inspirou no remake de A Mosca (1986), de David Cronenberg, quando estava elaborando sua versão dessa clássica história de lobisomem. O diretor coloca Julia Garner (Apartamento 7A) em posição semelhante a de Shelley Duvall em O Iluminado (1980).

#5. O Telefone Preto (Netflix). A Blumhouse se firmou como o principal estudio de terror conseguindo desenvolver boas ideias para despertar calafrios e provocar uma boa dose de jump scare. Com O Telefone Preto exploraram o pavor dos serial killers juntamente com o elemento sobrenatural em doses equilibradas. Na historia, após ser raptado por um assassino de crianças e trancado em um porão à prova de som, um menino de 13 anos (Mason Thames) começa a receber chamadas em um telefone, das vítimas do assassino anônimo chamado de Grabber (Ethan Hawke), sempre ocultando seu rosto com máscaras horríveis. O filme é uma adaptação de um conto de Joe Hill, o filho do icônico Stephen King. O Grabber (em inglês algo como apanhandor ou sequestrador) é baseado nos assassinos em série da vida real Ted Bundy, John Wayne Gacy e Jeffrey Dahmer. Bundy usava um ardil para atrair as vítimas e ajudá-las a chegar ao seu carro. Gacy usava um cinto em suas vítimas, que eram todos men8inos. Já Dahmer, o Canibal de Milwaukee, assassinou 17 homens e garotos até ser finalmente pego. Ethan Hawke conta com sua habilidade de expressão corporal para fazer sua atuação assustadora e, mesmo sem poder mostrar seu rosto verdadeiro, imprime medo na tela. São usadas várias máscaras assustadoras ao longo do filme, cada uma expondo diferentes partes de seu rosto. Elas foram criadas pelo lendário maquiador de próteses Tom Savini. O jovem ator Mason Thames disse que, na primeira vez em que viu a máscara, juntamente com a atuação arrepiante de Ethan Hawke, ele ficou apavorado. O diretor Scott Derickson fez esse filme depois de ser demitido de Dr. Estranho no Multiverso da Loucura por diferenças criativas”. Derickson teve que convencer Ethan Hawke a fazer o filme já que o ator não gosta muito de histórias de terror, muito embora ambos já tivessem feito juntos A Entidade (2012). Embora o filme perca ritmo em seu terço final, este constrói um bom clima de suspense e deixa a possibilidade de continuação que veremos em breve quando tocar novamente o telefone.

#6. Imaculada (Prime). O gênero raramente apresenta uma historia original na verdade entre reboots como A Primeira Profecia (2024) e remakes como O Grito (2020), pouca coisa tem sido válida e Imaculada começa bem, mas se perde na sequencia de clichês amontoados para um trivial jump scare. Cecilia (Sweeney) é uma jovem noviça muito devota a Deus que recebe uma nova posição em um convento da Itália. Chegando lá, ela encontra um lugar de belas paisagens ocupado por pessoas que têm crenças iguais as suas. No entanto, com o passar dos dias, Cecília passa a acreditar que existe uma presença maligna e muitos segredos sombrios em torno desse lugar, principalmente depois que ela se descobre grávida. Entre tentativas de entender como isso aconteceu e desvendar os planos maléficos de uma seita secreta que alega querer trazer o messias de volta, mas parece mais empenhada em trazer o antiCristo, a história se desenrola combima pretensa seriedade, mas o que se segue na tela rompe com qualquer lógica, principalmente nas cenas que Cecilia tenta inutilmente fugir. O filme traz Sydney Sweeney (Euphoria) que este ano esteve no sucesso inesperado de Todos Menos Você no papel de Cecilia. Sua presença é a melhor coisa do filme e sua atuação compensa as fragilidades do roteiro. A atriz, atualmente com 27 anos, fez o teste para esse filme em 2014, quando tinha 17 anos. Mas o projeto nunca se concretizou. Anos depois, ela assumiu o papel de produtora e entrou em contato com o escritor, adquiriu e revisou o roteiro, contratou um diretor e encontrou financiadores. O filme pode até impressionar o telespectador menos exigente, já que a atmosfera claustrofóbica do convento ajuda a envolver mas no terço final, o que resta é decepcionante.

#7. OS OBSERVADORES (HBOMAX). Na história, Mina (Dakota Fanning) é uma artista de 28 anos que fica presa em uma extensa floresta no oeste da Irlanda. Depois de encontrar abrigo, ela continua sem saída ao lado de três estranhos (Olwen Fouéré, Georgina Campbell e Oliver Finnegan) em uma sala espelhada enquanto criaturas misteriosas os observam do lado de fora. A história é bem inventiva, baseada no livro de A. M. Shine, o filme é dirigido por Ishana Night Shymalan, filha do diretor de O Sexto Sentido (1998) e Fragmentado (2016), que também assina o co-roteiro ao lado da autora.

#8. DRÁCULA – A ÚLTIMA VIAGEM DO DEMÉTER (Netflix). Dirigido pelo norueguês Andre Ovredal (Historias Assustadoras para Contar no Escuro). A história faz um recorte da obra de Bram Stoker, explorando apenas um capítulo do clássico, a viagem do navio russo que leva Drácula da Romênia para Londres. Estranhos eventos acontecem à tripulação, durante as quatro semanas no mar, que tenta sobreviver à tempestade, mares agitados e à presença impiedosa do vampiro à bordo do navio. Claro que transformar um capítulo breve em um longa-metragem leva os roteiristas Bragi F. Schut e Zak Olkewicz a tomarem liberdades com a história, inserindo personagens como Clemens (Corey Hawkins), a clandestina Anna (Aisling Franciosi), o garoto Tobey (Woody Norman) entre outros. O filme consegue ser uma curiosa incursão pelo universo do vampiro, sem intenção de inovar ou revolucionar. Na verdade o filme serve um feijão com arroz competente no nível da narrativa, mas criando um clima claustrofóbico favorável, lembrando algumas vezes Alien o 8º Passageiro de Ridley Scott.

#9. A PRIMEIRA PROFECIA (Disney+) . A franquia cinematográfica criada a partir do livro de David Seltzer foi muito criativa na época de seu lançamento original em 1976, em filme dirigido por Richard Donner. Depois de uma tentativa frustrada de refilmagem em 2006, a diretora Arkasha Stevenson embarca na estratégia de fazer uma prequela com a óbvia intenção de ressuscitar a franquia que conta a história da chegada do Anticristo. O filme chegou aos cinemas em abril último, pouco antes de outro filme com temática parecida, mas inferior, Imaculada. Diferente deste, o filme escrito por Stevenson, Tim Smith e Keith Thomas, a partir de uma história de Ben Jacoby consegue ser mais instigante, embora nem por isso menos clichê para contar a história de uma freira jovem que descobre uma seita secreta dentro de seu convento que pretende trazer o Anticristo à Terra por acreditar que isso criaria uma motivação maior para unir a fé das pessoas no mundo. A personagem de Nell Tiger Free padece da mesma ingenuidade clichê de outras do gênero, mas o que torna A Primeira Profecia algo que vale a pena assistir é a preocupação de fazer a conexão com o filme original, de forma que a prequela acaba servindo de um reboot disfarçado. O esforço é até louvável e cria uma atmosfera de tensão interessante para o gênero, mas não consegue deixar de lado a expectativa obvia e previsível que conduz a um final burocrático, (SEM SPOILERS) mas que não chega a empolgar tanto. A presença de Sônia Braga como a Irmã Silvia é meramente figurativa e não atrapalha nem impulsiona a trama, apesar de seu talento indiscutível.

#10. Pânico VI (Paramount +). Sam, Tara, Chad e Mindy, os quatro sobreviventes do massacre realizado pelo Ghostface, decidem deixar Woodsboro para trás em busca de um novo começo em Nova York. Mas não demora muito para eles se tornarem alvo de um novo serial killer. Primeiro filme da franquia sem a presença de Neve Campbell, que deixou o elenco depois de uma disputa salarial com a Paramount. Com a saída de Campbell, Jenny Ortega (Vandinha) e Melissa Barrera tornam-se o foco da história. Também é o primeiro filme sem David Arquette, cujo personagem morreu no filme anterior. O filme marca, contudo, a volta da atriz Hayden Panettiere (Heroes) depois de cinco anos longe dos holofotes. É o filme mais longo da franquia, com 2 horas e 3 minutos sangrentos. Também é o primeiro filme da franquia não filmado nos Estados Unidos, tendo sido gravado em Montreal, no Canadá. O sexto filme retoma a numeração (o anterior se chamava apenas Pânico, omitindo o número 5) mas usando o numeral romano.
