CLÁSSICO NACIONAL | ROCK ESTRELA

Adilson Carvalho

Segundo filme de uma trilogia dirigida pelo saudoso Lael Rodrigues compondo o que atualmente é chamado de Trilogia do Rock Brasileiro dos Anos 80, antecedido por Bete Balanço (1984) e sucedido por Rádio Pìrata (1987. Os três filmes focaram no universo dos adolescentes da década, na cultura pop e embalados pelo rock nacional produzido na época repletas de artistas e bandas de rock e new wave populares na época. No caso de Rock Estrela, a trilha sonora incluía a banda Tokyo, Dr. Silvana & CIA, RPM, Metrô e Leo Jaime, que também atua no filme. Segundo a ANCINE, o filme teve 1.192.604 espectadores, o que lhe coloca na seleta Lista de filmes brasileiros com mais de um milhão de espectadores. Na história Roque (Diogo Vilela), estudante de música clássica, chega de Buenos Aires para morar com o primo roqueiro (Leo Jaime) no Rio de Janeiro. Entre festas regadas à rock’n’roll, ele tem de decidir entre sua namorada de infância (Malu Mader), agora uma respeitada mulher de negócios, e a jogadora de vôlei Vera (Vera Mossa). O filme foi a estreia no cinema da atriz Malu Mader, vinda de várias novelas de sucesso na Globo. Na época, vários detratores do filme de Lael Rodrigues torciam o nariz por não levar a sério um cinema que abordasse a linguagem jovem. Era afinal de contas um jovem que trocava a música erudita pelo rock n’roll, e que assim se descobria. Não era só a música, mas também o esporte, através da jogadora de volei Vera Mossa, que interpreta a si mesmo. A dita superficialidade do roteiro rivalizava com as expectativas de se produzir um cinema mais à alturas das ambições intelectuais, duas forças antagônicas que se debatiam em um momento pouco favorável à produção cinematográfica da época. Mas quem era jovem na época adorou ver um filme nacional voltado para sua realidade e para os anseios de uma geração que viveu o Rock n’Rio e descobria que uma história poderia, ao menos no faz de conta, transformar um menino em herói do cinema.

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