POLTRONA 6 | BOM MENINO ⭐

Adilson Carvalho

Já foram feitos muitos filmes sobre assombrações e possessões, mas esta é a primeira vez que a história é contada do ponto de vista de um cachorro. Não adiantou muito, no entanto, a ideia sem uma narrativa realmente criativa para conduzir o público por longos períodos sem diálogo em que tudo que a tela mostra são sombras e vultos cercando o comportamento de Todd (Shane Jensen), que se muda para uma casa no campo herdada de seu avô, que morreu em circunstâncias misteriosas. Todo o tempo de tela é voltado para a gradual possessão de Todd, que tem o fiel cão Indy como protetor. O filme, embora talvez não intencional, acaba por emular bastante A Bruxa de Blair (1999), e o diretor e co-roteirista Ben Leonberg tem pouco a mostrar. As filmagens duraram 400 dias ao longo de 3 anos porque afinal o protagonismo de Indy, o cão do diretor, requeria paciência para alcançar o resultado de um filme experimental, mas cru demais, que acaba se rendendo às soluções fáceis. Leonberg mostra criatividade em sua estreia na direção de um longa, mas falha em manter o ritmo até o fim. Não ajuda muito o fato deste escolher não mostrar o rosto de Todd, ou de seu avô, até ao menos o desfecho do filme, preferindo desfocar as faces para fazer de Indy, quase que o único ator realmente. O cão até surpreende de fato, com um Easter egg em seu próprio nome derivado de um certo caçador de tesouros, que aparece em uma cena no filme exibido na TV. Boas intenções enfim, mas que mereciam um desenrolar melhor.

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