FELIZ ANIVERSARIO |  SALLY FIELDS

Por Adilson Carvalho

Conheci Sally Fields como a atrapalhada Irmã Bertrille em A Noviça Voadora (The Flying Nun), série que estrelou entre 1967 e 1970. Sally começou a carreira em ponta não creditada em O Incrível Homem do Espaço (1962), filme B dos estúdios Disney. Mas Sally Margareth Fields, aos 16 anos, queria muito mais e tinha talento de sobra para mostrar ao mundo. Interpretou a adolescente Gidget (vivida no cinema por Sandra Dee) na série de mesmo nome sobre as desventuras de uma adolescente dos anos 60. Oscar, Emmy e Globo de Ouro estavam em seu destino, e hoje dona de uma carreira sólida, Sally entrou definitivamente em nossos corações, de namoradinha da América a uma das maiores atrizes de sua geração, que hoje completa 79 anos. Os fãs do Homem Aranha vão certamente lembrar dela como a Tia May nos dois filmes feitos por Andrew Garfield. Outros vão lembrar dela pelo papel central na série Brothers & Sisters (2006/2011) ou pelos filmes que fez com Burt Reynolds. Vejamos alguns de seus papéis mais marcantes:

#1. Carrie (Agarra-me se Puderes / Desta Vez Te Agarro) 1977 / 1980. Sally é a noiva em fuga que se junta a um contrabandista boa praça (Burt Reynolds) em uma perseguição pelo país. Foi o primeiro de quatro filmes que Sally e Burt Reynolds fizeram. Os atores namoraram na vida real, e Burt sempre dizia que Sally era a mulher de sua vida. Disponível na Oldflix.

#2. Norma Rae (Norma Rae) 1979. Primeiro Oscar de Sally baseado na história real de Crystal Lee Sutton, que liderou uma campanha contra as condições de trabalho oferecidas pela empresa J.P. Stevens Mill. No filme, Sally é uma jovem mãe solteira e trabalhadora têxtil concorda em ajudar a sindicalizar sua fábrica, apesar dos problemas e perigos envolvidos. Filme vigoroso e extremamente impactante. Não disponível no streaming.

#3. Megan Carter (Ausência de Malícia) 1981. A atriz faz uma obstinada repórter investigando corrupção e assassinato e acaba se permitindo manipular em um trama para incriminar e desmoralizar um líder sindical, interpretado por Paul Newman. De acordo com o roteirista Kurt Luedtke no recurso especial do DVD The Story Behind Absence of Malice (2004), a história do filme foi inspirada no caso jurídico de direito de mídia Times v. Sullivan de 1964. Luedtke resumiu esse caso dizendo que as leis de difamação americanas, devido ao precedente estabelecido por esse caso, indicam que a verdade nem sempre é necessária ao jornalismo em situações que envolvem figuras públicas. Assim, um jornal pode efetivamente cometer um erro grave e prejudicar uma figura pública, e esta nem sempre pode receber indenização por isso. Disponível no Looke.

#4. Edna Spalding (Um Lugar no Coração) 1984. Na década de 1930, no Texas, durante a Grande Depressão, Sally vive uma uma viúva que luta desesperadamente para manter a família unida e manter suas terras, onde planta algodão. Ela sofre pressões da comunidade por ter dado emprego a um negro, pois seu marido havia sido assassinado por um deles. Com a ajuda de um inquilino cego (John Malkovich), ela tentar superar os problemas. Sua atuação lhe conferiu segundo Oscar de melhor atriz, pelo qual fez um emocionado discurso que entrou para a história quando disse “Não tive uma carreira ortodoxa. E eu queria mais do que tudo ter seu respeito. Na primeira vez, não senti isso, mas desta vez eu sinto. E não posso negar o fato de que vocês gostam de mim… agora mesmo… vocês gostam de mim! (Aplausos) Obrigado!Disponível como aluguel na Prime Video e na Apple TV.

#5. Emma (O Romance de Murphy) 1985. A atriz vive uma mulher divorciada e seu filho, que residem em pequena cidade do Arizona, onde tentam criar cavalos. O farmacêutico e cobiçado solteirão Murphy Jones (James Garner) se sente atraído por ela, mas tem de se conter quando Bobby Jack, o ex-marido de Emma (Brian Kerwin) aparece e diz que está regenerado. Disponível como aluguel na Prime Video e na Apple TV.

#6. Daisy Morgan (Ensina-me a Querer) 1987. Voltando a trabalhar com Michael Caine com quem fizera O Dramático Reencontro do Poseidon (1978), Sally faz uma jovem pintora pobre que se vê dividida entre um namorado malandrão (Steve Guttenberg) e o escritor rico mas inseguro (Caine). Comédia romântica divertida e pouco conhecida. Não disponível no streaming.

#7. M’Lynn Eatenton (Flores de Aço) 1989. Adaptação da peça de Robert Harling traz Sally como uma mãe prestes a casar sua filha Shelby, papel de estreia de Julia Roberts no cinema. Os produtores acharam que as pessoas não acreditariam que Sally Field fosse mãe de uma jovem de 22 anos, até que Field apontou mais tarde que seu primeiro filho, Peter Craig, tinha quase 22 anos. Durante o filme, Sally e Shirley McLaine tiveram várias indisposições com o diretor Herbert Ross, que era grosseiro no tratamento com as atrizes, em especial com a novata Julia Roberts. Disponível como aluguel na Prime Video e na Apple TV.

#8. Miranda (Uma Babá Quase Perfeita) 1993. Um dois papeis mais conhecidos de Sally é como a ex esposa de Daniel Hillard (Robin Williams) nessa deliciosa comédia dramática. Robin é um ator desempregado que arranja trabalho de governanta na casa de sua ex (Fields) para ficar perto de seus filhos, depois de um doloroso divórcio. Embora Robin Williams e Sally Field tenham se dado bem durante a produção do filme, Field disse em uma entrevista que Williams ficava frustrado porque ele se esforçava muito para que ela saísse do personagem durante as cenas, mas Field permaneceu profissional e nunca fez isso. Ela descreveu Williams como uma “pessoa maravilhosa”, mas achou que trabalhar com ele era exaustivo, simplesmente porque ele tinha muita energia e queria fazer tomadas diferentes constantemente para tentar improvisações diferentes para o filme. Ainda assim, Field continuou a falar muito bem de Williams e achou divertido fazer o filme e foi uma das muitas celebridades que lamentaram publicamente a morte de Williams on-line em 2014. Disponível na Disney +.

#9. Mrs Gump (Forrest Gump) 1994. A atriz fez a mãe do protagonista, mesmo sendo apenas 10 anos mais velha que Tom Hanks. No filme, ela ainda tem uma ponta interpretando uma repórter cobrindo a corrida de Forrest pelo país. Seis anos antes, Sally interpretou o interesse romântico de Hanks na comédia Palco de Ilusões (1988). Disponível como aluguel na Prime Video e na Apple TV.

#10. Mary Todd Lincoln (Lincoln) 2012. Sally Field (que recebeu uma indicação ao Oscar por seu papel nesse filme) estava tão determinada a interpretar Mary Todd Lincoln que implorou a Steven Spielberg pela chance de fazer um teste de tela ao lado de Sir Daniel Day-Lewis. Spielberg acreditava que ela era muito velha para fazer o papel, mas Field foi inflexível. Ela relembrou: “Sou 10 anos mais velha que Daniel e 20 anos mais velha que a esposa de Abraham Lincoln, e Steven me disse que não me via no papel. Mas eu sabia que era a pessoa certa para o papel e implorei para que ele me deixasse fazer um teste. Ele teve a gentileza de fazer isso e Daniel é uma pessoa tão querida que voou de sua casa na Irlanda para fazer o teste de tela comigo. Eu o amarei para sempre por isso”. Não disponível no streaming.

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