HQ TERRITORIO NEUTRO | POPEYE

Pir Adilson Carvalho

O marinheiro Popeye caiu em domínio público esse ano a partir da publicação da tira Trimble Theater original de 17 de fevereiro de 1919,  criada pelo cartunista americano Elzie Crisler Segar (1894/1938),  que em vida escondeu de todos seu primeiro e segundo nome. O autor dizia ter se inspirado nas tretas de Chaplin com grandes valentões para criar o antagonismo entre Popeye e Brutus. Bud Sagendorf, assistente de Segar, fez as ilustrações de várias das tiras de jornais co criando o divertido time de coadjuvantes como Olivia Palito, Dudu – o comedor de hambúrguer, Alice Monstro – que levou vários pais a reclamarem que o visual dela provocava pesadelos nas crianças. Também apareciam nas história os sobrinhos quadrigemeos do Popeye, o órfão Gugu, Eugene e a famigerada Bruxa do Mar. No Brasil, os quadrinhos de Popeye sempre foram muito populares chegando ao país nas páginas do Diario de Notícias em 1932. Nessa epoca tentatam adapar os nomes de Popeye para Brocoio, Olivia para Serafina e Dudu para Pimpão. Logo, os nomes reverteram para seus originais e as aventuras de Popeye puderam ser lidas pelas revistas Tico Tico, Gibi e Suplemento Junevil em 1935, e já no ano seguinte no formato revista solo,  o personagem foi publicado pela Ebal entre 1953 e 1961. Entre 1974 e 1976 foi a vez de uma revista mensal pela RGE que circulou por 22 edições, seguido da editora Abril entre 1978 e 1979, depois foi a Bloch que publicou 37 edições entre 1981 e 1985 con periodicidade irregular, mas mensal a princípio. Na década de 80 Popeye integrou o elenco de persoangens  do suplemento dominical  Globinho, aos domingos. Em tempos mais recentes, já sem a popularidade de outrora, Popeye teve publicação pela Pixel Média, Saber, Opera Gráfica e L&PM.

Em 1932 os Irmãos Fleischer fizeram a primeira adaptação de Popeye em uma série de desenhos para exibição nos cinemas. O espinafre como fonte de força para o heroico marinheiro não apareceu originalmente nos quadrinhos, mas foi criado apenas para estes desenhos,  e só depois foi introduzido também nas histórias em quadrinhos. Outra curiosidade daqueles anos iniciais é que nos primeiros quadrinhos, Popeye só se alimentava de carne, e não gostava de qualquer tipo de vegetal ou legume.Na década de 60 uma nova série animada foi feita para TV pela King Features Syndicate. A animação era bem infantilizada e fazia a Olivia muito volúvel ora cortejada por Brutus e ora cortejada por Popeye. Essa série foi exibida pelo SBT com grande sucesso. Na segunda metade dos anos 70, a Hanna-Barbera produziu duas séries bem diferentes do marinheiro e sua turma, a primeira foi: The All New Popeye Show (1978-1981), e a segunda: Popeye and Olive Comedy Show (1981 – 1983). Pouco depois veio a terceira e última série realizada pelo estudio da Hanna-Barbera Popeye and Son (1987 – 1988), no qual Popeye se casou com Olívia, com quem gerou o seu filho Popeye Júnior. Todas essas séries de Hanna-Barbera foram exibidas no Brasil pela Rede Globo que batizou a série de Espinafre 80. Na dublagem brasileira Popeye teve a voz de Domicio Costa, Ary Toledo, Castro Gonzaga,  e o mais frequente de todos, o excepcional  Orlando Drummond; Olivia Palito foi dublada por Terezinha Moreira, Mara Di Carlo, Maralisi Tartine e Lina Rossana, já Brutus tinha a voz de Mário Jorge Montini, Paulo Pereira e Paulo Flores.

Em 1980 Robert Altman fez uma ótima versão Live action estrelada por Robin Williams (Popeye), Shelley Duvall (Olivia) e Paul L. Smith (Brutus). O filme foi um sucesso apesar de ataques de críticos que ignoraram que o filme era uma adaptação da primeira tira do persoangem, e assim vários elementos populares como o gosto por espinafre só seria introduzido no final do filme. Em 2016 houve Popeye 3D,  um longa com animação em CGI, que fez pouco sucesso. Recentemente foi divulgado o projeto de uma nova versão live action de Popeye, o que seria bem apropriado para que uma nova geração pudesse se divertir com a obra de E.C. Segar.

Deixe um comentário