Releitura dos artigos publicados no site da extinta Rádio Vintage
por Sérgio Cortêz
Quadrinhos Vintage: Carlos Zéfiro

Entre as décadas de 1950 e 1980, a nudez não era tão acessível como hoje e, talvez por isso, o desabrochar da sexualidade acontecesse de forma mais discreta e, quiçá, prazerosa. Afinal, não havia canais eróticos, produções de streamings e tantas outras opções proporcionadas pela Internet – nem sempre éticas ou legais. Entrementes, era preciso usar a imaginação ou, quando possível, ter alguma publicação de Carlos Zéfiro para dar uma mãozinha – no bom sentido, é claro!
Autodidata nos desenhos, Carlos Zéfiro era o pseudônimo usado por Alcides Aguiar Caminha, funcionário do setor de imigração do Ministério do Trabalho. Casado e pai de 5 filhos, ele manteve a identidade de quadrinista escondida até pouco antes de falecer, em 1992. A labuta extra lhe garantiu uma boa grana “por fora”, principalmente com a publicação dos chamados “catecismos”, as revistinhas pornográficas que assinava como Carlos Zéfiro.
Décadas após sua morte, o artista vem caindo aos poucos no esquecimento – assim como algumas de suas criações, tais como “Kátia”, “Parafuso & Mulher Biônica”, “Hotel Dos Prazeres” e as séries “Eu Fui Hippie” e “Domada Pelo Sexo”. Além de desenhista e funcionário público, Carlos Zéfiro foi também um compositor de mão cheia, chegando a assinar quatro sambas para a Estação Primeira de Mangueira.
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Imagem: acervo Jornal O Dia (Rio de Janeiro)