Harry Potter – 20 anos de magia

Desde 26 de junho de 1997 descobrimos que somos trouxas em um mundo habitado por bruxos. Mais ainda, o livro “Harry Potter & a Pedra Filosofal” (Harry Potter and the Philosopher Stone) ressuscitou o prazer da leitura em toda uma geração que cresceu com os personagens. J.K Rowling conquistou público e crítica, chegando ao Brasil em 2000 pela editora Rocco.

A popularidade do bruxinho de J.K a pôs no mesmo patamar que autores como Road Dhal (A Fantástica Fábrica de Chocolate), Lewis Carrol (Alice no País das Maravilhas) e outros gigantes da literatura infanto-juvenil. A autora conseguiu a cumplicidade do público leitor, ávido por acompanhar cada volume, parte de uma história maior que soube progressivamente envelhecer com os personagens, criando laços entre personagens e leitores, uma noção de maturidade imersa um tom cada vez mais sombrio, duramente criticado por alguns. Em 2001, esse universo fantástico foi adaptado para o cinema e hoje comemoramos duas décadas desde que Hogwarts abriu suas portas para o cinema.

O público se identificou com a história do bruxinho e a Warner foi feliz com o filme, realizado em uma época em que somente os quatro primeiros volumes da saga haviam sido publicados. O diretor Chris Columbus foi escolhido depois que nomes como o de Steven Spielberg, Rob Reiner e Terry Gilliam foram inicialmente cogitados. Columbus foi aos escritórios da Warner e apresentou aos executivos um primeiro tratamento para o roteiro, oferecendo-o de graça. A facilidade de Columbus ao trabalhar com crianças em filmes bem sucedidos como “Esqueceram de mim” (Home alone, 1991) e “Uma Babá quase Perfeita” (Mrs. Doubtfire, 1992) convenceu os executivos de que o diretor era o mais adequado para o cargo, depois claro que Chris foi pessoalmente conhecer J.K.Rowling no Reino Unido. A escritora, que criara o universo de magia de Potter em uma época difícil de sua vida, exigiu que somente atores britânicos fossem escalados para os papéis, chegando a recusar até mesmo Robin Williams para o papel de Hagrid, o gigante de bom coração que se torna amigo do trio central de crianças. Rupert Grint e Emma Watson foram imediatamente escalados para Ronnie Weasley e Hermione Granger respectivamente, mas Daniel Radcliffe não agradou inicialmente à Warner, que no entanto teve que aceitar o jovem ator graças a Chris e J.K, que viam nele a personificação ideal do personagem. Já Alvo Dumbledore ficou com o excelente Richard Harris (1930 – 2002), cuja saúde não estava bem na época. O ator , então com 71 anos, só aceitou o papel para agradar sua neta Ellie, que era fã dos livros.

O excelente Alan Rickman (1946 – 2016) assumiu o papel, que se tornaria de crescente importância para a história, do Professor Severo Snape. O ator viria a receber confidencialmente, da própria autora, todos os detalhes de seu personagem que ainda seriam publicados ao longo da história. Além de Rickman, os atores Robbie Coltrane (Hagrid) e Maggie Smith (Minerva) foram pessoalmente escolhidos pela própria J.K.Rowling. Já Tom Felton, o intérprete de Draco Malfoy, fez o teste de elenco inicialmente para fazer o próprio Harry ou Ron Weasley. Filmado entre setembro de 2000 e março de 2001, O filme foi um sucesso de bilheteria, alcançando a segunda posição na época, atrás apenas de “Titanic” (1997). O futuro estava garantido e os demais livros seriam logo filmados, com um lançamento seguido do outro, aproveitando em tempo real o crescimento do elenco infantil. Tudo, uma grande magia, que o cinema trouxe da literatura há 20 anos.

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