RAMBO PROGRAMADO PARA MATAR – 40 ANOS.

Por Adilson Carvalho

                Uma das imagens mais icônicas dos anos 80 é a figura de Sylvester Stallone amarrando uma bandana na testa e empunhando uma metralhadora, protótipo do exército de um homem só. Hoje, aos 73 anos, Sly retoma o personagem Rambo mostrando fôlego para co-existir em meio a uma enxurrada de filmes de super-heróis. E desta vez será o último sangue, ou como afirma o título nacional … até o fim.

            John Rambo começa o novo filme vivendo recluso em um rancho quando uma jovem é sequestrada por um cartel mexicano. Confrontar o passado e resgatar suas habilidades torna-se imperativo para salvar a jovem. A escolha de vilões mexicanos é bastante clichê, mas om personagem tem carisma para atrair bastante a atenção da mídia em sua volta às telas exatos 37 anos desde o lançamento de “Rambo – Programado Para Matar” (First Blood), dirigido por Ted Kotcheff. Na época, o ator reescreveu o roteiro, que já havia sido refeito 26 vezes a partir do livro de David Morell, publicado originalmente em 1972. O personagem do livro, no entanto, era um anti-herói, anti-social e paranóico, fruto da guerra do Vietnã, cujo primeiro nome sequer é mencionado. Um animal descontrolado sem qualquer semelhança com o físico ou o rosto de Stallone, que no filme faz de tudo para não matar ninguém. Também no livro não há a forte amizade entre Rambo e Samuel Trauttman; este, segundo o autor incorpora o próprio Tio Sam enviando seu patriótico soldado para o inferno em nome de uma boa causa.

Bo Gritz, o verdadeiro Rambo

            O que poucas pessoas conhecem é a história de James Gordon, ou Bo Gritz, o capitão das forças especiais foi uma inspiração para que David Morrell criasse o Rambo. Muitos dos episódios contados nos filmes e nos livros, aconteceram com Griz enquanto ele estava na guerra. O retorno dos veteranos ao lar mostrou-se uma caixa de traumas, tal como Pandora, aberta em sua reintegração ao país que serviram. Vários filmes mostravam esse calvário como “Amargo Regresso” (1978) e “O Franco Atirador” (1978), mas foi Rambo com sua rebeldia quem deu ao tema uma nova dimensão de popularidade, sobrevivendo à perseguição de toda uma cidade. O final do filme também foi mudado que no livro Rambo é morto, sacrificado por Trauttman tal como Frankenstein e seu monstro, criador e criatura de um passado que não se deseja lembrar. Stallone e Richard Creena assumiram os papeis inicialmente pensados para Al Pacino e Kirk Douglas. Foi Stallone quem recriou o personagem de forma que este pudesse retornar em sequências. Foi a partir do segundo filme, co escrito por Stallone e James Cameron que John Rambo assumiu uma aura de super herói imbatível, símbolo perfeito do ufanismo do governo Reagan. Mas isso é outra história, ou melhor dizendo, outro filme.

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