Filmes da Semana nos Cinemas

Por Adilson Carvalho

ESTREIAS EM 21 DE ABRIL DE 2022

(Lost City) EUA 2022. Dir: Aaron Nee & Adam Nee. Com Sandra Bullock, Channing Tatum, Daniel Radcliffe, Brad Pitt. Aventura.

Acredito que ainda existe espaço para comédias românticas, e o gênero aventura é a essência do romantismo. Sandra Bullock sempre se saiu bem nesse gênero, e quase se reuniu com Ryan Reynolds, com quem fez o ótimo “A Proposta” (2009), para “Cidade Perdida“. A história aqui parece uma reedição do clássico “Tudo por uma Esmeralda” (1984) onde Sandra interpreta o papel que foi de Kathleen Turner, uma famosa escritora envolvida em uma caçada a um tesouro inestimável. No caso a autora Loretta Sage (Sandra Bullock) sempre criando histórias de lugares exóticos em seus romances. As capas dos livros são sempre estreladas pelo belo modelo Alan (Channing Tatum), que tem dedicado sua vida a personificar o personagem herói, Dash. Durante a turnê de promoção de seu novo livro com Alan, Loretta é raptada por um bilionário excêntrico (Daniel Radcliffe), para que ela o guie ao tesouro da cidade perdida descrita em seu último livro. Nesse ponto da história é que Alan e Loretta precisarão juntar seus esforços. Alan quer provar que é possível ser um herói na vida real, e salvar Loretta é sua grande chance. As filmagens, ocorridas na República Dominicana, ainda inluem no elenco Brad Pitt, Oscar Nunez e Patti Harrison. Uma boa pedida para o feriado prolongado.

DETETIVES DO PRÉDIO AZUL 3 – UMA AVENTURA NO FIM DO MUNDO

Da Tv para o cinema pela terceira vez

BRA 2022. Dir: Mauro Lima. Com Letícia Braga, Pedro Henriques Motta, Anderson Lima, Claudia Netto, Alexandra Ritcher, Klara Castanho, Charles Myara, Ronaldo Reis. Aventura juvenil.

Depois de dois filmes divertidos em 2017 e 2019, os astros mirins estão de volta em “Detetives do Prédio Azul 3 – Uma Aventura no Fim do Mundo“. Pippo (Pedro Henriques Motta), Bento (Anderson Lima) e Sol (Letícia Braga) se veem em apuros quando Severino (Ronaldo Reis) encontra um objeto em meio aos escombros de um avião, o ‘Medalhão de Uzur’, que tem o poder de controlar e manipular toda a magia do mundo. Assim que coloca o artefato no pescoço, o porteiro tão querido por todos começa a se transformar em uma figura maligna e controlar toda a magia do mundo, algo que o medalhão é capaz de fazer, colocando o mundo da magia em risco. Agora, o trio precisa arranjar um modo de tirar o medalhão que manipula do porteiro. Mas para fazer isso, eles terão que viajar o mundo para chegar no ponto mais congelante do planeta e contam com a ajuda da feiticeira Berenice (Nicole Orsini).

ESTREIAS EM 14 DE ABRIL DE 2022

Animais Fantásticos 3 – Os Segredos de Dumbledore

Direção: David Yates. Com Jude Law, Eddie Redmanyne, Mads Mikkelsen, Katherine Waterston, Ezra Miller.

O professor Alvo Dumbledore (Jude Law) sabe que o poderoso mago das trevas Gellert Grindelwald (Mads Mikkelsen) está se movimentando para assumir o controle do mundo mágico. Incapaz de detê-lo sozinho, ele pede ao magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne) para liderar uma intrépida equipe de bruxos, bruxas e um corajoso padeiro trouxa em uma missão perigosa, em que eles encontram velhos e novos animais fantásticos e entram em conflito com a crescente legião de seguidores de Grindelwald. A franquia Harry Potter é uma mina de ouro e , embora a spin-off “Animais Fantásticos” tenha passado por problemas de ritmo, fora o escândalo envolvendo Johnny Depp, cujo papel no segundo filme era fundamental para a continuidade desta. Curioso que mesmo com a substituição de Depp por Mads Mikkelsen, a obra de J.K.Rowling continua passando por atribulações de bastidores. A própria autora se fez alvo de polêmicas quando desferiu comentários transfóbicos, enquanto Ezra Miller (que faz o Flash no filme da Liga da Justiça) foi preso por tumulto no Havaí há poucos dias atrás. Ainda assim o filme de David Yates parece procurar um caminho independente dessas polêmicas, colocando a saga nos trilhos para encantar o público. Atentem para a participação da atriz brasileira Maria Fernanda Cândida como a bruxa Vivência Santos.

Medida Provisória

Direção: Lázaro ramos. Com Alfred Enoch, Taís Araújo, Seu Jorge.

Demorou, mas finalmente estreia nesta quinta o primeiro filme dirigido por Lázaro Ramos, adaptado de peça de Aldri Anunciação. Em um futuro distópico, o governo brasileiro decreta uma medida provisória, em uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata, provocando uma reação no Congresso Nacional. O Congresso então aprova uma medida que obriga os cidadãos negros a migrarem para a África na intenção de retornar a suas origens. Sua aprovação afeta diretamente a vida do casal formado pela médica Capitú (Taís Araújo) e pelo advogado Antonio (Alfred Enoch), bem como a de seu primo, o jornalista André (Seu Jorge), que mora com eles no mesmo apartamento. Nesse apartamento, os personagens debatem questões sociais e raciais, além de compartilharem anseios que envolvem a mudança de país. Vendo-se no centro do terror e separados por força das circunstâncias, o casal não sabe se conseguirá se reencontrar.

ESTREIAS EM 7 DE ABRIL DE 2022

Sonic 2

O personagem mais popular dos jogos da SEGA está de volta em uma nova aventura, anunciada também como o canto do cisne para Jim Carrey (O Máscara, Debi & Loide), intérprete do vilanesco Dr. Robotnik, que pretende se aposentar. Aliado ao igualmente veloz Knuckles, o vilão promete desta vez triunfar depois de sua desastrosa derrota no filme anterior. O grande charme aqui é essa pegada de Dick Vigarista atrás do pombo, e que faz a história do ouriço azul tão divertida para adultos e crianças. Na história, Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter) viajam para o Havaí e deixam Sonic em casa. Claro que a calma e o sossego estão longe de Green Hills, já que heróis e vilões disputam a posse de uma esmeralda mágica com o poder de criar ou destruir civilizações inteiras. Mas entre uma ação e outra o ouriço azul ainda tem tempo para cantar e deslizar pelo chão como Tom Cruise em “Negócio Arriscado” (1981), fazendo os saudosistas pelos anos 80 delirar com a referência. Já os fãs do jogo se deliciarão com as referências às aventuras do personagem tiradas de vários jogo, que inspiraram o diretor Jeff Fowler e o time de roteiristas. Não deixem de ver a cena pós crédito, que prepara o terreno para o terceiro filme e ainda traz de bônus a chegada de mais um personagem do jogo que promete abalar o próximo filme. Em resumo, um filme divertido, mesmo para quem nunca brincou.

ESTREIAS EM 10 DE MARÇO DE 2022

Belfast

Para quem já conferiu o trabalho de Kenneth Brannagh em “Morte no Nilo” (Death on the Nile) atuando e dirigindo, o lançamento de “Belfast” segue uma linha mais intimista usando as mudanças na Irlanda do Norte dos anos 60, na cidade de Belfast, cidade natal do próprio Branagh. Por isso, é indisfarçável que o filme tenha uma atmosfera muito pessoal tal qual um livro de memórias, tendo a luta de católicos e protestantes como pano de fundo. Em belíssima fotografia em preto e branco, os fatos que se desenrolam são espelhados pelos olhos de um menino de 9 anos, o estreante Jude Hill. O primeiro amor, a alegria e a perda familiar são parte de um processo de amadurecimento, lembrando como foi “Jojo Rabbit” no contexto da segunda guerra. O resultado foi o total de 7 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, direção e roteiro original, sendo que esta última foi premiada no Globo de Ouro.

O Agente das Sombras

Confesso que adoro os filmes de Liam Neeson, logo esse “Agente das Sombras” acaba se tornando um prazer culposo. Mas tenho que admitir, o ator já viveu dias melhores como herói de ação como a franquia “Busca Implacável“, “O Passageiro” ou o excelente “Desconhecido“. Neeson é Travis Block, um agente incomum para o governo americano. Ele se move pelo mundo das sombras, pelos bastidores, ajudando agentes secretos que se veem em uma situação da qual não conseguem escapar. Ele acaba envolvido em uma conspiração quando um agente secreto questiona os seus superiores. Agora, Block corre contra o tempo para encontrar esse sujeito, e assim descobrir se não está sendo usado pelo homem em quem confia. Embora realmente não seja o melhor do ator, o ex Darkman mostra que seu carisma e talento ainda consegue justificar o tempo de projeção.

ESTREIAS EM 03 DE MARÇO DE 2022

The Batman

Depois dos tropeços e erros cometidos na construção de seu universo compartilhado é bom que Matt Reeves tenha assumido a sobriedade em tratar um ícone dos quadrinhos como Batman. Sua proposta ganha não apenas por se desprender deste emaranhado de continuidade desastrosa como também por investir em um herói menos super, porém mais detetivesco, flertando com a estética noir que muito bem cabe em um personagem como o homem morcego em uma cidade de sombras como Gotham City. A escolha de Robert Pattinson (Crepúsculo, O Farol) para o papel de Bruce Wayne/Batman foi polêmica mas não equivocada. O ator consegue convencer e, sobretudo, mostra química com a Mulher Gato de Zoe Kravitz.

A história começa com uma onda de crimes onde um Charada (Paul Dano) mais mortífero que suas versões anteriores (Frank Gorshin e Jim Carrey) inicia uma onda de assassinatos de importantes figuras da cidade. Sua psicose o coloca propositalmente no mesmo patamar que o lendário assassino do Zodíaco, condizente com o roteiro proposto por Reeves de aproximar os personagens de uma abordagem mais realista. O próprio Batman de Pattinson foi idealizado como um Kurt Cobain heroístico, cheio de conflitos e em busca de sua própria identidade como vigilante de uma cidade cheia de figuras corruptas e vilanescas como Carmine Falcone (John Turturro) e Oswald Cobblepot, vulgo Pinguim, na pele de um irreconhecível Colin Farrell.

É o filme mais longo do personagem com 2 horas e 55 minutos equilibrando ação e investigação. Isso não surpreende visto que Matt Reeves conseguir imprimir uma narrativa envolvente em “Dawn of The Planet of the Apes” (2014) e “War of the Planet of the Apes” (2017), fechando a citada trilogia iniciada por Rupert Wyatt em 2011 com “Rise of the Planet of the Apes) com coerência, uma tarefa hercúlea já que tanto Batman como “Planeta dos Macacos” vem de cronologias intricadas e muito enraizadas entre seus fãs. O filme poderia ser menor mas cada sequência serve a um roteiro sólido e não a uma colcha de retalhos de referências. E, não espere que seja “Ano Um”, pois Reeves deixa claro “Esse é o ano dois de Bruce Wayne no papel de defensor de Gotham”. Além de tudo é o primeiro de uma nova era para o cavaleiro das trevas.

ESTREIAS EM 10 DE FEVEREIRO 2022

Morte No Nilo

Kenneth Branagh fez um excelente trabalho na adaptação de “Assassinato no Expresso do Oriente” em 2017. Iniciado assim sua pretensão de recriar o Agathaverso (Lembremos que há várias adaptações da escritora para cinema e TV) apresentado-a para uma geração mais jovem que não assistiu os filmes estrelados por Peter Uistnov ou a série da ITV com David Suchet. O lançamento de “Morte no Nilo” (Death on the Nile), o 33º livro da Rainha do Crime, foi adiado sucessivas vezes. Primeiro devido à pandemia; depois o ator Armie Hammer, intérprete de Simon Doyle, foi denunciado por abuso sexual e canibalismo. A segunda incursão de Branagh como o detetive Hercule Poirot tem tudo para agradar aos fãs de filmes de mistério. A história mostra uma viagem pelo Nilo à bordo de um navio a vapor onde o casal Linnet Ridgeway (Gal Gadot de “Mulher Maravilha“) e Simon Doyle (Armie Hammer de “Cavaleiro Solitário“) passam a lua de mel, perseguidos pela insistente Jackie (Emma McKay de “Sex Education“) que foi noiva de Simon antes, e amiga de infância de Linnet. Esta, dona de uma imensa fortuna e cercada de desafetos, é assassinada e cabe a Poirot desfazer a teia de mentiras que envolve a investigação enquanto paisagens épicas, vistas panorâmicas do deserto egípcio e das majestosas pirâmides de Gizé desfilam diante de todos. A história já havia ganhado as telas em 1978 com elenco estelar que incluia nomes como David Niven, Bette Davis, Angela Lansbury entre outros. Diferente do livro, o filme traz um vislumbre do passado de Poirot como forma de explicar suas atitudes e mesmo o seu bigode característico. O crime leva um tempo para capturar a atenção do público, mas quando o faz mostra o porquê de Agatha Christie ter sido uma escritora tão fantástica. Mais do que estabelecer as regras clássica do “whodunit” (quem matou?), Agatha é uma excelente observadora do comportamento trabalhando sentimentos como ganância, traição, inveja, ódio capaz de promover uma divertida caça ao assassino. Se o livro é melhor, sem dúvida, mas Branagh é hábil em traduzir para as telas um belo vislumbre do charme dessa narrativa cheia de truques de sombras e fumaça.

Case Comigo

Adaptado da graphic novel de Bobby Crosby, “Case Comigo” segue o clássico clichê das comédias românticas: A história de duas pessoas de mundos diferentes que se apaixonam e precisam conviver. Aqui, a musa Jennifer Lopez faz o papel dela mesma, uma cantora pop famosa que decepcionada com sua vida ao descobrir que seu noivo (o cantor e compositor colombiano Maluma) a traíra com sua assistente, escolhe aleatoriamente o professor de matemática Charlie Gilbert (Owen Wilson) para ser seu marido. O que se segue de interessante é o comentário sobre a cultura da celebridade, das futilidades e da necessidade de ser popular em meio à busca conflitante do valor das relações amorosas. Claro que J-Lo é ouvida com canções originais, assim como Maluma, mas a pequena Chloe Coleman (Aprendiz de Espiã), no papel de Lou Gilbert, a filha de Charlie rouba a cena.

Exorcismo Sagrado

Filmes de terror tem um público fiel, e histórias de exorcismos praticamente formam um sub-gênero recorrente nas telas. Aqui, em “Exorcismo Sagrado“, o padre Peter Williams (Will Breinbink) foi possuído por um demônio que tentava expulsar no México, e acaba cometendo o mais terrível sacrilégio. Dezoito anos depois, as consequências de seu pecado voltam para assombrá-lo, desencadeando a maior batalha interior. Escrito e dirigido pelo venezuelano Alejandro Hidalgo, o filme explora todos os clichês do gênero incluindo obvias referências ao clássico “O Exorcista” de William Friedken. Talvez você reconheça o Padre Lewis como sendo o ator Joseph Marcell, que fazia o mordomo Geoffrey na sitcom “Um Maluco no Pedaço“.

ESTREIAS EM 3 DE FEVEREIRO 2022

Tô Ryca 2

Selminha (Samantha Schumutz, de “Vai Que Cola“) está de volta! Agora ela está muito rica e gastando o que quiser por tudo que ela precisa e deseja. O problema é que aparece uma outra Selminha ( Evelyn Castro) alegando ser a legítima herdeira. Os bens de Selminha são congelados e os tribunais determinam que até a resolução do caso Selminha / Schmutz só poderá contar com um salário mínimo de R$ 30 por dia. É nisso que nossa protagonista terá que passar por novas adversidades, e claro a desgraça da pobreza. E por isso terá que lutar para provar que ela é a legítima herdeira para recuperar seus milhões. Claro que ela poderá contar a ajuda da fiel amiga Luane (Katiúscia Canoro) Continuação do filme de sucesso de 2006, dirigido por Pedro Antônio, que por sua vez é uma adaptação da comédia americana “Chuva de Milhões” (Brewster’s Millions), de 1984.

Moonfall – Ameaça Lunar (Moonfall)

A Lua sai de sua órbita e passa a se deslocar em direção à Terra, podendo causar uma colisão em breve. A ex-astrounauta da NASA, Jo Fowler (Halle Berry, a Tempestade de “X Men“) , acha que pode resolver essa situação e impedir que o impacto aconteça, mas apenas um de seus colegas, o também astronauta Brian Harper (Patrick Wilson, o vilão de “Aquaman“) acredita nela. Com o fim do mundo eminente, um grupo de cientistas não especializados no assunto aceita a missão de ir até a Lua impedir a colisão com a Terra, fazendo uma estarrecedora descoberta sobre a Lua. Dirigido por Roland Emmerich (Independence Day, O Ataque, O Dia Depois do Amanhã), o filme é adequado para os fãs do cinema catástrofe cheio de efeitos especiais super realistas. Leia matéria do CCP postada em 31 de janeiro para mais detalhes da produção.

ESTREIAS EM 27 DE JANEIRO DE 2022

O Beco do Pesadelo (Nightmare Alley)

Filme de suspense com Bradley Coooper (Nasce Uma Estrela) como Stan, um vigarista sem sorte (Bradley Cooper) que entra para um “circo dos horrores” após perder tudo. Lá ele encontra a vidente Zeena (Toni Collette) e seu marido Pete (David Strathairn), que fazem um show para fazer parecer que ela tem poderes mentais extraordinários. Stan aprende com Pete e se junta a Molly (Rooney Mara), mas vem a se envolver em um jogo de gato e rato com a psicóloga Lilith Ritter (Cate Blanchet) que tentar expô-lo como uma fraude. Refilmagem do filme “O Beco das Almas Perdidas“, com Tyrone Power e Joan Blondell, clássico noir de 1947, realizado pelo sempre excelente Guilherme del Toro (O Labirinto do Fauno, Hellboy, A Colina Escarlate). Aguardem para breve a adaptação de Guilhermo del Toro para o clássico “Pinóquio”.

Spencer

Cinebiografia da Princesa Diana, usando seu nome de solteira no título, e que vem dando elogios à intérprete Kristen Stewart (Crepúsculo), que treinou seis meses para fazer o sotaque britânico. O resultado é que pessoas ligadas à Diana e à família real elogiaram a performance de Kristen. Curioso, que apesar dos elogios sua estrela disse em entrevista à Variety “que está cagando para o Oscar”. O filme faz um recorte temporal mostrando Diana nos anos 1990, durante o feriado do Natal com a família real na propriedade de Sandringham, em Norfolk, Reino Unido. Os rumores de traição e de divórcio, levam a princesa a um impasse enquanto o príncipe Charles parece amar Camilla Parker Bowles. O filme imagina o que pode ter acontecido nos anos que antecederam a morte de Lady Di e que levaram a uma crise na Família Real. Dirigido pelo chileno Pablo Larrain, que também fez um bom trabalho com Natalie Portman na cinebiografia “Jackie” (2016). O roteiro de Steve Knight adapta o livro “Diana: Her True Story“, lançado em 1992, escrito por Andrew Morton. Já tivemos em 2013 “Diana“, outra cinebiografia da Princesa estrelada por Naomi Watts, mas que fazia outro recorte em sua vida, que também rendeu episódios na aclamada série “The Crown“.

ESTREIAS EM 20 DE JANEIRO DE 2022

EDUARDO & MÔNICA

Todo mundo já ouviu essa canção e se encantou com a letra imagética de Renato Russo criando uma história romântica. Assim como fizera com “Faroeste Caboclo” (2013), o diretor René Sampaio faz um ótimo trabalho na transposição, talvez até melhor dada a simplicidade da história de dois protagonistas com nada em comum a não ser a vontade de estarem juntos. O filme explora essas diferenças cantadas pela maravilhosa banda, formada na época por Renato Russo, Dado Villa Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha, temperadas com o carisma cênico de Gabriel Leone e Alice Braga. A nostalgia emociona não somente pelos acordes da famosa canção, mas também pela habilidade da história de nos fazer reconhecer nossas próprias histórias. Cada um de nós tem algo em comum com Eduardo ou Mônica, ou conhece alguém parecido, compartilhando histórias de relacionamento, e também de amadurecimento. O desafio de Sampaio foi fazer uma canção de pouco mais de 4 minutos tornar-se um filme de duas horas, e ainda resistir às dificuldades de lançar o filme nas salas de cinema em meio à pandemia, tendo o filme sido filmado há praticamente dois anos. A espera valeu a pena como uma dessas razões das coisas feitas pelo coração de um fã do trabalho da banda, para os fãs que como eu formávamos uma legião.

AGENTES 355

Quando filmou “X Men – A Fênix Negra” (2019) com Simon Kinberg, a estrela Jessica Chastain sugeriu ao roteirista e diretor um filme de espionagem estilo “Missão Impossível” mas estrelado por mulheres. Em resumo, são 5 espiãs, cada um com uma habilidade e personalidade específicas, em uma missão para salvar o mundo, sem que isso seja de conhecimento público. Daí o título, vindo de um código da época da luta pela independência dos Estados Unidos para uma mulher misteriosa e de importância vital para a Revolução. Jessica Chastain (que se machucou nas filmagens) se junta a Penelope Cruz, Lupita Nyong’o, Diane Kruger e Bingbing Fan, que arriscam a vida para recuperar uma arma ultrassecreta nas mãos de um grupo de mercenários. Com inúmeras cenas de ação ao redor do mundo, dos cafés de Paris e mercados do Marrocos à riqueza e glamour de Xangai, o filme é movimentado e deve agradar aos fãs da ação, que devem lembrar de “As Panteras” e dos absurdos dos filmes de 007.

ESTREIAS EM 13 DE JANEIRO DE 2022

JUNTOS & MISTURADOS

Cacau Protásio tem sido bastante prolífica nas telas ultimamente. Seus filmes dão ótimo retorno nas bilheterias e seu talento rende ótimas gargalhadas. O mais novo é “Juntos e Enrolados“, dividindo a cena com Rafael Portugal. Depois de dois anos de união e muita economia financeira, Júlio (Portugal) e Daiana (Protásio) finalmente alcançaram o sonho de realizar sua festa de casamento, mas quando o noivo recebe uma mensagem em seu celular antes da cerimônia, uma enorme confusão se inicia. O elenco ainda inclui Evelyn Castro, Marcos Pasquim, Neusa Borges e Fafy Siqueira. A direção do filme é assinada pela dupla Eduardo Vaisman e Rodrigo Van Der Put, vencedor do Emmy Internacional.

PÂNICO

Hollywood tem conseguido ótimas bilheterias retomando antigas franquias de terror, coo por exemplo “Halloween“, então por que não trazer de volta Ghostface, o assassino serial de sucesso nas telas dos anos 90. Primeiro filme da franquia sem a direção de Wes Craven (1939-2015), o novo “Pânico” abdica da numeração, que seria o 5, em prol de um reboot com o mesmo elenco dos 4 filmes anteriores, ou seja Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette. O curioso é que essa adição dos mesmos personagens e seus interprétes originais apenas disfarça que se trata de uma sequência. Vinte e cinco anos depois dos eventos do primeiro filme, uma série de crimes brutais volta chocar a nada tranquila Woodsboro. Surge um novo assassino com a máscara de Ghostface que começa a perseguir um grupo de adolescentes para trazer à tona antigos segredos da cidade. Com tal premissa, fica evidente a vontade dos produtores (A Paramount adquiriu o filme que pertencia à Dimension Films) de realizar um misto de reboot e sequência que capte o que deu certo antes para tentar atrair a atenção de uma nova geração. O clima de homenagem é evidente em meio à tentativa de atualização da trama para uma geração que vive inserida em redes sociais. Para isso um novo grupo de vítimas com Melissa Barrera e Jenna Ortega contemporâneas dos horrores a la Jordan Peele (Corra, Nós). A violência é maior que nos exemplares anteriores, mas isso é inevitável para um filme cujo nome original é “Grite”!

ESTREIAS EM 6 DE JANEIRO DE 2022

SING 2

Todo mês de janeiro é comum a chegada de filmes voltados para o clima de férias. A animação “Sing 2” (sequência de 2017) preenche esse espaço para crianças e adultos em busca de diversão em meio a um clima de pandemia. Logo, a mistura de bichinhos fofos e música pop é uma boa estratégia para atrair o público para as salas de cinema. O Coala Buster Moon decide montar um espetáculo com um antigo astro que hoje vive recluso. Na dublagem brasileira ouvimos as vozes de Sandy, Lexa, Wanessa Camargo, Paulo Ricardo e Fiuk em substituição aos originais de Tori Kelly, Halsey, Scarlett Johansson, Bono Vox e Taron Egerton. Pelo filme ouvimos canções de Elton John, Eminem e Billie Eilish, entre outros em um festival de som e cores que tendem a repetir a premissa do original, sem novidades mas ainda interessante. A produção é do Ilumination Studios (Minions, Pets – A Vida Secreta dos Bichos) e a direção novamente cabe a Garth Jennings.

KING’S MAN – A ORIGEM

A franquia “King’s Man” deu certo com sua mistura de ação e humor para retratar o mundo da espionagem britânica, mas decidiram fazer uma prequela encenada nos dias da Primeira Guerra. Um grupo formado pelos piores tiranos e criminosos mais cruéis de todos os tempos, inclusive o místico russo Rasputin (Rhys Ifans – O Lagarto de “O Espetacular Homem Aranha), planeja um golpe que levará à morte de milhões. Ralph Finnes (Lord Voldemort na franquia “Harry Potter“) interpreta o Duque de Oxford, que decide formar uma força antagônica para repor o equilíbrio e vencer as forças do mal. O elenco ainda reune Gemma Atherton, Daniel Bruhl, Djimon Hounsou e Charles Dance. O diretor e roteirista Matthew Vaughn adapta a HQ de Mark Millar misturando fatos históricos (A tentativa de assasssinato do arqueduque Ferdinand) com doses de ação e humor. Um boa pedida para as férias.

TURMA DA MÔNICA – LIÇÕES

Maurício de Souza é o nosso Walt Disney e suas criações tem um impacto que atravessa gerações. Eu cresci lendo as maravilhosas histórias dessa turminha, os planos infalíveis de Cebolinha, as máquinas malucas do Franjinha, as divertidas aparições do Louco (meu favorito), o sem noção Bugu, primo do Bidu entre tantas. Daniel Rezende volta à direção dessa adaptação, depois do sucesso do primeiro filme “Turma da Mônica – Laços” (2019). A história, no entanto, toma mais liberdades com a graphic novel homônima de Victor Caffagi & Lu Caffagi como forma de inserir outros persoangens de Maurício de Souza como Tina (Isabele Drummond), Rollo (Gustavo Merighi), Pipa (Camila Brandão), Zecão (Fernando Mais), Milena (Emily Nayara), HUmberto (Lucas Infante), Do Contra (Vinicius Higo), entre outros, e ainda tem a participação especial de Malu Mader como a Professora Vânia. Preparem-se para diversão e emoção pois o elenco central (Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Gabriel Moreira e Laura Rauseo) esbanjam carisma em cena e nos fazem acreditar que estamos vendo aqueles personagens que fizeram parte de nossa infância. No filme, Mônica e sua turma fogem da escola e são punidos pelos pais. Mônica é trocada de escola, enquanto seus amigos são colocados em atividades extra curriculares bem incomuns: Cebolinha vai para a fonoaudiólga, Magali para aula de culinária e Cascão para a aula de natação. O filme fala sobre a passagem da infância para a adolescência, sobre separação e amizade, de uma forma mais aprofundada que o filme anterior. Boa pedida para o fim do ano. Bem que poderia ter um filme com a turma do Penadinho.

MATRIX RESSURRECTIONS

subtítulo

Há 22 anos atrás, “Matrix” foi um impacto nas telas, tecnicamente revolucionário e narrativamente criativo. Um filme de ação em essência, mas temperado com filosofia (Leia no CCP “Contagem Regressiva Para Matrix Ressurrections” – matéria de 11 de dezembro). A pergunta que faço é como as plateias de hoje vão reagir à volta de Neo (Keanu Reeves) e Trinity (Carrie Anne Moss). Depois do final da trilogia original, o sacrifício de Neo parecia deixar zero possibilidade de uma ressurreição. Segundo a roteirista e diretora Lana Wachowski, a morte de seus pais a levou a considerar retomar a franquia, desta vez inteiramente filmada digitalmente. Novamente a realidade é dividida entre um cotidiano insosso e uma repaginação pertubadora. Yahia Abdul-Mantee II (Aquaman) assume o papel de um Morpheus mais jovem (Lawrence Fishburne lamentou não ter sido convidado a voltar), mas Jada Pinkett Smith retorna como Niobe, bem como Lambert Wilson como Merovingian. Já Hugo Weaving não reprisa o papel de Agente Smith pois a agenda do ator não abria espaço para o projeto. Entre os recém chegados estão Pryanka Chopra, Neil Patrick Harris e Cristina Ricci. Prepare-se para escolher a pílula certa, e vamos tentar descobrir se o cinema atual vai compreender mais a extensão narrativa de “Matrix” que há duas décadas atrás quando o filme chegou a criar o estigma de “história que ninguém entende”.

HOMEM ARANHA SEM VOLTA PARA CASA (Spider man : No way home)

Sem dúvida um dos filmes mais aguardados do ano e que promete impactar os fãs do herói aracnídeo. Conforme divulgado Peter Parker (Tom Holland) lida com as consequências do final de “Homem Aranha Longe de Casa” (Spider Man: Far from Home) quando após a derrota de Mysterio (Jake Gyllenhall) , o herói tem sua identidade revelado ao público por J.Jonah Jameson (J.K.Simmons). Ao pedir que o Dr.Estranho (Benedict Cumberbatch) apague a memória de todos, algo sai fora do controle e vilões de outras realidade chegam para arrancar a pele do cabeça de teia. É nisso que temos o prazer de rever o Duende Verde (Willem Dafoe), Dr. Octopus (Alfred Molina), Lagarto (Rhys Ifans), Homem Areia (Thomas Hayden Church) e Elektro (Jamie Foxx). Se teremos Tobey Maguire e Andrew Garfield, teremos que esperar para ver nas telas SEM SPOILERS !!! O que importa agora é saber que Jon Watts entregou um filme que vai marcar a filmografia do popular herói da Marvel, pela ousadia de estabelecer em live action a narrativa de um aranhaverso com todos os elementos típicos de uma hq de super herói. Fica nítido que o filme não apenas encerrará uma trilogia como também apontará as possibilidades para os próximos filmes do herói. O elenco está irretocável, seja Zendaya (M.J), Marisa Tomei (Tia May) ou Jacob Batalon (Ned), mas a presença de Dafoe e Molina, vindos da trilogia Raimi, é hipnótica, impactante e direciona vários momentos do filme sem perder o foco na figura de Peter Parker, que mais do nunca terá que viver à flor da pele o peso da frase “Grande Poderes trazem Grandes Responsabilidades”. Aguardem a crítica em vídeo do filme aqui no CCP.

AMOR SUBLIME AMOR

Este é um clássico do cinema, adaptado de um espetáculo da Broadway. Confesso que fiquei muito surpreso com a decisão de Steven Spielberg de refilmar “Amor Sublime Amor” (West Side Story). O desafio do icônico diretor (E.T, Indiana Jones, A Lista de Schindler), em seu primeiro filme do gênero, é apresentar essa história de Romeu & Julieta a uma geração mais afeita aos filmes de super-heróis. O romance, no entanto, abre espaço para questionamentos sobre preconceito social e xenofobia. Se no maravilhoso original de 1961, essas questões já eram relevantes, estas continuam a ser em um mundo que sobrevive a uma pandemia. Richard Beymer e Natalie Wood tem seus personagens vividos por Ansel Elgort (A Culpa é das Estrelas) e a estreante Rachel Zegler. Eles são Tony e Maria, cada um pertencentes a uma gangue rival em uma Nova York que esconde profundos contrastes sociais e culturais. Ele na gangue dos Jets; que desprezam a comunidade latina e os enxergam como invasores, e ela irmã do líder dos Sharks, que acreditaram no sonho americano e por isso buscaram melhores condições de vida em uma terra que os rejeita. Outro acerto do filme é aprofundar as personalidades de Tony e Maria, dando-lhes camadas existenciais maiores do que apenas o casal apaixonado. Spielberg ainda trouxe Rita Moreno, a intérprete de Anita na versão origina, para uma participação especial. A oscarizada atriz vem a completar 90 anos em 10 de dezembro próximo, e embora relutante a princípio em aceitar, reconsiderou quando Spielberg lhe deu o papel de Valentina, funcional dentro da nova versão, e não apenas um mero adereço que homenageia o filme clássico. Enquanto o elenco do filme original era essencialmente americano se passando por latino, o remake tem atores de ascendência latina para representar os porto-riquenhos e, por ordem do diretor, nenhuma legenda nos diálogos em espanhol como forma de preservar e respeitar sua importância cultural. Há quem já aponte o filme como um favorito para as indicações do próximo Oscar, lembrando que o filme de 1961 recebeu 10 estatuetas douradas. Lamentavelmente, Stephen Sondheim, letrista das canções do clássico faleceu aos 91 anos, poucos dias antes do lançamento do filme. Entre as canções, a ótima “América” que mostra os dois lados contraditórios de uma terra prometida, sonhada mas nunca concretizada, nem em 1961 nem hoje em dia.

MISSÃO RESGATE

Filme de ação com Liam Neeson é sempre garantia ao menos de um bom entretenimento graças ao carisma do ator, que aqui interpreta um motorista de caminhão que atravessa a região norte do Canadá para resgatar um grupo de mineiros presos em um desmoronamento. É o primeiro filme dirigido por Jonathan Hensleigh (roteirista de “Armaggedon” e “Justiçeiro“) depois de 10 anos desde seu último trabalho (O Mafioso). Apesar de ter sido adquirido pela Netflix para sua distribuição, o filme está sendo lançado nos cinemas. O filme ainda tem no elenco os nomes de Lawrence Fishburn e Benjamim Walker.

CLIFFORD, O GIGANTE CÃO VERMELHO

Lembro que quando era uma criança havia um filme sobre um cão gigante chamado “Digby – O Maior Cão do Mundo” (Digby – The Greatest Dog in the World) de 1973. Era uma produção B, mas uma história simpática e divertida para tempos menos exigentes e de uma “Sessão da Tarde” mais inocente. Pois imaginar que um cão ganha proporções gigantescas, e ainda por cima uma atípica cor vermelha, é o que faz “Clifford – O Cão Vermelho” (Clifford – The Big Red Dog), que estreia nesta quinta prometendo revirar Nova York de cabeça para baixo, e divertir a primeira semana do mês. O veterano ator John Cleese (do icônico grupo inglês Monty Python) interpreta um criador de animais mágicos que presenteia a menina Emily Elizabeth (Darby Camp) com o cão vermelho do título. Junto com o divertido tio Casey (Jack Whitehall) , a jovem vai percorrer Nova York para evitar que o amigável cão provoque tumulto e pânico na cidade. Adaptado do livro homônimo de Norman Bridwell, a história do cãozinho escarlate já havia gerado uma animação divertida no Discovery Kids.

KING RICHARD – CRIANDO CAMPEÃES

Embora não seja uma figura muito conhecida no Brasil, Richard Williams (Will Smith) é pai de duas famosas tenistas, Serena e Venus Williams (Demi Singleton e Sannyia Sidney) que chegaram ao estrelato do esporte graças ao treinamento nada convencional de seu pai. Após as filmagens o simpático ator, eternamente o maluco no pedaço, dividiu 40 milhões de seu cachê entre os outros atores do elenco, como gratidão pelo trabalho. Embora entusiastas dos esportes possam gostar mais do filme, a história de amor e dedicação de um pai com suas filhas pode ser uma boa pedida para se emocionar no fim de semana.

A CASA GUCCI

Confesso que depois do maravilhoso “Nasce uma Estrela” (A Star is Born) de 2018 tenho estado ansioso pelo próximo filme estrelado por Lady Gaga, e eis que esta se torna Lady Gucci, uma atuação intensa que rumores alardem colocá-la na disputa pelo Oscar do próximo ano. A Casa Gucci (House of Gucci) pode ser visto como uma cinebiografia, mas também um trailler criminal abordando um escândalo envolvendo um império da moda italiana, a tradicional grife Gucci.

Em 27 de março de 1995, Maurizio Gucci (Adam Driver) foi assassinado na entrada de seu prédio por um atirador, então desconhecido. Dois anos depois, um telefone anônimo para a polícia levou à provas incriminatórias envolvendo Patrizia Regianni (Gaga), ex-esposa de Maurízio e mais três cúmplices. A história de traição, sede de poder e vingança esteve durante algum tempo nas mãos de Martin Scorcese, até que Ridley Scott (Gladiador, Alien Covenant, Blade Runner) entrasse, saísse e voltasse para o projeto, que teve os nomes de Angelina Jolie, Margot Robbie e Marion Coitllard cotados para o papel de Patrizia. Mas deixe estar, pois este é o show de Lady Gaga, que mudou seu visual, falou em italiano mesmo fora do estúdio e mergulhou na psiquê dessa polêmica figura.

O elenco all star ainda inclui Jeremy Irons como o patriarca Rodolfo Gucci, Al Pacino como Aldo Gucci, Jared Leto – diga se de passagem irreconhecível como Paolo Gucci, e Salma Hayek como Pinna Auriemma (Papel que chegou a ser pensado para Monica Beluuci) A personagem da ex intérprete de Frida é a vidente e confidente de Patrizia, envolvida no sórdido esquema que levou à morte do herdeiro da Gucci. Curiosamente, Salma é na verdade casada com o empresário que é hoje o dono da grife Gucci. Baseado no livro A Casa de Gucci: Uma história sensacional de assassinato, loucura, glamour e ganância, de Sara Gay Forden, o filme se tornou um dos mais aguardados do ano, tanto pela notoriedade da história retratada como pelo maravilhoso elenco reunido. Estreia nos cinemas nesta quinta, o filme certamente atrairá a atenção e mergulhará fundo em um crime que abalou a indústria da moda, ganhou os jornais e marcará certamente a carreira de intérprete de Lady Gaga, como a própria diz em determinado momento do filme “Em nome do Pai, do Filho e da casa de Gucci”

Ghostbusters: Mais Além

             Revisitar os clássicos dos anos 80 mostrou-se uma fórmula bem-sucedida no caso de “Cobra Kai” (que revisita “Karate Kid”) ou “Halloween”. Mas nem todas as produções que seguem esse filão conseguem equilíbrio entre a nostalgia e a novidade. Há décadas tenta-se fazer um terceiro filme dos “Caça-Fantasmas”; e mesmo depois do fiasco do remake de 2016, estrelado por uma equipe feminina, a Sony nunca desistiu de trazer de volta os membros originais, mesmo depois de sucessivas recusas de Bill Murray, e ainda que tenhamos perdido Harold Ramis.                

             Embora seja uma sequência direta dos filmes de 1984 e 1989, o diretor Jason Reitman alegou em entrevistas que considera o novo “Caça-Fantasmas: Mais além” (Ghostbusters: Afterlife) uma “Experiência familiar”. A história explora os netos de Egon Spengler (o saudoso Harold Ramis) que formarão uma nova geração de caça-fantasmas diante de uma velha ameaça que remonta os eventos do primeiro filme. Os irmãos Trevor (Finn Wolfhard de “Stranger Things”) e Phoebe (Mckenna Grace) tornam-se o fio condutor da história ao descobrirem o legado que cairá sobre seus ombros. Wolfhard foi inclusive cosplayer de Peter Venkman nos primeiros episódios da segunda temporada de “Stranger Things”. Já McKenna Grace, a Esther de “The Handmaid’s Tale”, transmite seu entusiasmo e genialidade criando um elo de identificação com o público. Paul Rudd (O Homem Formiga nos filmes da Marvel) despertou seu lado criança com seu personagem. Há uma boa razão para que Egon tenha se refugiado tão longe de seus amigos, em uma cidade constantemente ameaçada por fortes tremores de terra. A Phoebe e Trevor se juntam o pequeno Podcast (Logan Kim) e o professor Mr. Grooberson (Paul Rudd); que além de ser um aliado dos jovens Caça Fantasmas, se aproxima de Callie (Carrie Coon), a mãe de Phoebe. O roteiro é inteligente de não repetir a premissa de adultos que abrem um negócio relacionado ao sobrenatural, passando a refletir uma dinâmica familiar. A história se move criando novas raízes para futuras sequências, mas sabendo respeitar o filme original.

Nova Geração descobre coisas estranhas em Summerville

          Essa proximidade com os personagens e história do filme de 1984 traz uma medida de nostalgia com a reaparição de Ray (Dan Ackroyd), Winston (Ernie Hudson), Janine (Annie Potts), Sigourney Weaber (Dana Barret) e, até mesmo Peter Venkman (Bill Murray). Lamentavelmente Louis Tully (Rick Moranis) não volta já que seu intérprete se aposentou de vez. Embora Harold Ramis tenha falecido, Egon é uma presença ao longo da narrativa e as saudades do ator acabam colaborando com o tom da história contada.

           O diretor Jason Reitman também conhece bem o significado de um legado já que ele é o filho de Ivan Reitman, produtor e diretor dos filmes originais. Ele sempre esteve nesse mundo, criado por seu pai nos estúdios de Burbank, onde os filmes originais foram feitos. Na sequência do filme de 1989 é um jovem Jason, então com 12 anos que diz para Ray que os Caça-Fantasmas são “bobocas”. Ele assina o roteiro junto de Gil Kenan (de “A Casa Monstro”) levando a ação para a fictícia cidade de Summerville. Em vez dos imensos prédios de Nova York, vemos luzes e sombras se lançando sobre os campos abertos da zona rural de Oklahoma. A nítida paixão de Jason Reitman pelos personagens e história garante um filme pipoca agradável de se ver e assim renovando o interesse de uma nova geração que nunca cantou o tema de Ray Parker Jr, nem teve pesadelos com o monstro de marshmallow. Não sei vocês, mas sempre quis uma mochila de próton, afinal “Quem tem medo de fantasmas?”

Dedico este primeiro texto meu no CCP ao meu mentor Rubens Ewald Filho. Saudades Eternas.

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