SCHARZENEGGER 7: O EXTERMINADOR DO FUTURO 2

Por Adilson Carvalho

Existem raros casos em que uma sequência consegue ser superior ao filme original. Certamente, O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final (1991), novamente com James Cameron na direção e no roteiro, ao lado de William Wisher. Continuando a história alguns anos depois do final do primeiro filme, um jovem John Connor (Edward Furlong, em seu primeiro papel) é a chave para a vitória da civilização sobre uma rebelião de robôs do futuro. No entanto, ele torna-se alvo de T-1000 (Robert Patrick), um exterminador que pode assumir a forma que desejar e que foi enviado do futuro para matá-lo. Outro exterminador, o renovado T-800 (Arnold Schwarzenegger) também é enviado de volta ao passado para proteger o menino. Quando John e sua mãe (Linda Hamilton) embarcam na fuga com T-800, o menino cria um vínculo forte e inesperado com o robô, buscando uma forma de eliminar a Skynet, responsável pelo apocalipse que está por vir.

Na época de realização do filme, havia limitações técnicas em relação às imagens geradas por computador, o que seria essencial para a criação do personagem T-1000. A bem sucedida realização de O Segredo do Abismo em 1989 do próprio James Cameron resolveu satisfatoriamente as questões técnicas. No entanto, ainda era necessário resolver as disputas de propriedade intelectual entre a Hemdale Film Corporation, que detinha 50% dos direitos da franquia e frustrou os esforços para produzir uma sequência, e a Carolco Pictures. Dado que a Hemdale estava com problemas financeiros, Schwarzenegger convenceu Mario Kassar, chefe da Carolco, a licitar os direitos: “Lembrei a Mario que isso é algo que estamos procurando há quatro anos e que deveria ser ele que tivesse que dar tudo de si, não importa o que seja necessário para fazer este negócio“, disse Schwarzenegger tempos depois. Assim, a Carolco acabou pagando a Hemdale US$ 5 milhões pelos direitos da franquia em 1990, resolvendo o impasse legal. A princípio, a ideia era que Schwarzenegger e Michael Biehn invertessem os papeis de herói e vilão, em seu retorno ao passado, mas Cameron descartou pois poderia ficar confuso para o público que assistiu o primeiro filme. Biehn chegou a gravar uma curta participação, que seria inserido em um sonho de Sarah Connor (Hamilton), mas a curta aparição foi cortada na montagem, apenas aparecendo na versão estendida. Logo foi contratado Robert Patrick , que entrou em um treinamento físico intensivo que incluir respirar somente pelo nariz enquanto corria. No final, conseguia alcançar Edward Furlong de bicicleta com relativa facilidade.

Linda Hamilton se preparou fisicamente também já que no primeiro filme sua personagem era praticamente a de donzela em perigo. Agora, Sarah Connor é uma guerreira que toma para si a responsabilidade de mudar o destino do mundo. Sua irmã gêmea na vida real, Leslie Hamilton (1956 / 2020), aparece como a versão maligna de Sarah, o T 1000 transmutado em Sarah Connor. O sucesso do filme foi enorme, se tornando o único da franquia a obter 6 indicações ao Oscar, dos quais ganhou quatro. Na trilha sonora, a banda Gun’s and Roses emplacou o mega hit You Could be Mine, com direito a Schwarzenegger aparecendo como T1000 no clip. O resultado final do filme é sem dúvida um dos melhores não só da franquia, que foi gradativamente se deteriorando ao longo das continuações e tentativas de reboot, como também um dos melhores de seu gênero.

No próximo artigo encerramos o ciclo dos filmes de Arnold Schwarzenegger com a dobradinha Cameron e Arnold no mundo das mentiras da espionagem.

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