POR Adilson Carvalho

Hoje dia 13 de maio comemoramos os 136 anos da abolição da escravatura pela lei Áurea em 13 de maio. Mais do que nunca devemos repetir as palavras de Martin Luther King, de um sonho de igualdade ainda não atingido, mas intensamente desejado. No Brasil, abolição da Escravatura começou a ser discutida de forma mais intensa no Segundo Reinado, quando Dom Pedro II era o Imperador do Brasil. Sua filha, a princesa Isabel, foi a responsável por assinar, no dia 13 de maio de 1888, a principal Lei Abolicionista brasileira: a Lei Áurea. Vamos dois filmes brasileiros distantes no tempo de sua filmagem mas conectados pelo tema e que acentuam a importância desta luta secular por fim do racismo.

Dirigido por Cacá Diegues em 1984, Quilombo é baseado nos livros Ganga Zumba, de João Felício dos Santos e Palmares, de Décio de Freitas, que conta a história de Zumbi dos Palmares, vivido no filme por Antonio Pompeo. O filme nos leva de volta ao ano de 1650, em um engenho de Pernambuco onde um grupo de escravos se rebela e ruma ao Quilombo dos Palmares, onde existe uma nação de ex-escravos fugidos que resiste ao cerco colonial, entre eles Ganga Zumba (Tony Tornado), um príncipe africano. Tempos depois, seu herdeiro e afilhado, Zumbi (Pompeo), contesta as ideias conciliatórias de Ganga Zumba e enfrenta o maior exército jamais visto na história colonial brasileira. Premiado no XXIV Festival de Cinema de Cartagena e no Festival de Miami 1984, além de ter sido indicada no Festival de Cannes.

Já Medida Provisório, de 2022, de Lazaro Ramos mostra uma realidade fictícia, em uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata, o governo brasileiro decreta uma medida provisória e provoca uma reação imediata no Congresso Nacional. Os parlamentares aprovam uma medida que obriga os cidadãos negros a se mudar para a África na intenção de retomar as suas origens. A aprovação afeta diretamente a vida do casal formado pela médica Capitú e pelo advogado Antonio, além de seu primo, o jornalista André, que mora com eles no mesmo apartamento.

Embora o primeiro seja uma representação de episódio histórico do Brasil e o segundo seja uma assustadora ficção, ambos dialogam com q condição do negro no pais, ambas denunciam as atrocidades sejam estas físicas ou psicológicas de uma desigualdade racial que insiste em ainda hoje, passados mais de 100 anos da lei Áurea, em ecoar em nossos irmãos de uma família que deveria assim ser vista como única, a família Humana.